Comitê investiga incêndio em Hong Kong que matou 156. Comissão independente liderada por juiz apura falhas e busca reformas. Detenções e restrições à discussão pública geram críticas
O chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee, anunciou a criação de um “comitê independente” para investigar o incêndio devastador no complexo de arranha-céus residenciais em reforma, o Wang Fuk Court, localizado no distrito de Tai Po. A comissão, liderada por um juiz, tem como objetivo realizar uma revisão abrangente e profunda do incidente, buscando reformas no sistema de obras em edifícios e prevenindo futuras tragédias.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O incêndio, que resultou em 156 mortes, foi amplamente atribuído a falhas nas normas de segurança contra o fogo e à utilização de materiais de qualidade inferior nas instalações.
O comitê independente examinará as causas do incêndio, incluindo a manipulação de redes de qualidade inferior para enganar os órgãos de inspeção. As autoridades já identificaram diversas falhas, como a falta de funcionamento dos alarmes de incêndio e a evacuação ineficaz dos moradores, que alertaram uns aos outros sobre o perigo.
A investigação conjunta da polícia e do órgão anticorrupção resultou na detenção de 15 pessoas suspeitas de homicídio culposo, com 29 vítimas ainda não identificadas e cerca de 30 desaparecidos.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A imprensa local reportou que indivíduos que buscavam esclarecimentos sobre a tragédia foram detidos, incluindo Miles Kwan, um estudante de 24 anos, acusado de “intenção sediciosa” por distribuir panfletos exigindo a responsabilização do governo.
Uma petição online, que continha quatro demandas de Kwan, incluindo a de uma investigação independente, reuniu mais de 10.000 assinaturas antes de ser removida. A situação demonstra a repressão à discussão pública sobre o incidente.
Jonathan Sumption, que atuou como juiz em Hong Kong, expressou preocupações sobre o impacto na justiça. A lei de segurança nacional, promulgada em 2020, e o aumento da pena por sedição (para sete anos) refletem o controle do governo chinês sobre a cidade.
As organizações de direitos humanos, como Amnesty International e Human Rights Watch, criticaram a falta de transparência nas investigações e as detenções, enfatizando a necessidade de uma investigação aberta e transparente.
As eleições em Hong Kong, que ocorrerão no domingo, serão um momento crucial para avaliar a percepção pública sobre a resposta do governo ao incêndio e a qualidade do estado de governo. A Reuters avalia que a participação nessas eleições será um indicador da confiança dos cidadãos na administração da cidade, considerando o contexto político e as restrições impostas pelo governo chinês.
Autor(a):
Responsável pela produção, revisão e publicação de matérias jornalísticas no portal, com foco em qualidade editorial, veracidade das informações e atualizações em tempo real.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Fique por dentro das últimas notícias em tempo real!