Jerome Powell desiste de corte de juros em dezembro, gerando cautela nos mercados. Fed mantém taxas em 3,75% e 4%, com riscos de inflação ainda altos.
O discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, gerou desânimo entre os investidores que esperavam um novo corte de juros em dezembro. Em 29 de novembro, o Fed manteve as taxas de juros na faixa entre 3,75% e 4%. Apesar da decisão, Powell não sinalizou a possibilidade de mais cortes no futuro, afirmando que uma decisão para dezembro “está longe de ser algo certo”.
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Ele justificou a medida como uma “medida de gestão de risco para aproximar a política monetária de uma postura neutra”.
A postura de Powell impactou negativamente os mercados, com as bolsas perdiendo força e o dólar subindo. O S&P 500 não conseguiu renovar seu recorde, fechando estável, enquanto o Ibovespa alcançou um novo recorde, ultrapassando os 148 mil pontos.
O dólar também subiu, mas a renovação de recordes nos principais índices de ações não indica o fim da tendência de alta.
A surpresa negativa não deve causar grandes distorções no mercado. Segundo Gustavo Cruz, da RB Investimentos, o Fed anunciou o fim da redução do seu balanço, o que representa um “aumento de liquidez”. Lilian Linhares, head do Rio Negro Family Office, destaca que o encerramento do programa de aperto quantitativo, combinado com o corte de juros, representa um duplo estímulo para a economia, reduzindo o custo do crédito e aumentando a liquidez nos mercados.
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O “balanço” do Fed é a carteira de ativos que o banco central mantém, composta principalmente por títulos do Tesouro e papéis hipotecários. Após ser inflado durante a pandemia, o balanço começou a ser reduzido em 2023. O Comitê decidiu concluir a redução de suas posições agregadas em títulos em 1º de dezembro.
O balanço, que chegou a quase US$ 9 trilhões em 2022, está sendo normalizado desde 2023 e deve se estabilizar na casa dos US$ 6 trilhões.
Investidores de ações ainda irão acompanhar de perto os resultados das big techs e os gastos em termos de Capex. Bruno Yamashita, analista de Alocação e Inteligência da Avenue, comenta que o tom de inteligência artificial será determinante para o rumo do mercado acionário.
Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad, explica que o corte nos fed funds aumenta o diferencial de juros Brasil e EUA, o que deve incentivar o fluxo para ativos de maior retorno, beneficiando moedas emergentes, incluindo o real.
No entanto, os comentários de Powell após a reunião do Fomc deixaram claro que não há conclusão certa a respeito dos próximos passos, nem mesmo para a reunião de dezembro, já que os riscos para a inflação continuam altistas, enquanto o desemprego continua mostrando sinais de desaceleração.
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