Javier Milei garante vitória e acúmulo de reservas na Argentina

Analistas alertam para a necessidade de reservas da Argentina e Milei assume responsabilidade.

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(Imagem de reprodução da internet).

Valorização dos Ativos Argentinos Após Resultados Eleitorais Favoráveis

Os preços dos ativos argentinos iniciaram uma trajetória de valorização nesta semana, impulsionada pelo desempenho eleitoral superior ao esperado do presidente Javier Milei e de seu partido, La Libertad Avanza (LLA), nas eleições de meio de mandato realizadas no domingo, 26.

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Com 40,7% dos votos nacionais, a LLA superou a coligação peronista Fuerza Patria (31,7%) e os governistas dissidentes da coalizão Provincias Unidas (7%). Esse resultado fortalece o mandato de Milei e reduz o risco de paralisia legislativa, conforme avaliam analistas da UBS.

Análise de Especialistas

Analistas do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME) concordam com a tese, considerando que a situação, após resultados favoráveis a Milei, facilitará a administração da economia.

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“Os preços dos ativos devem refletir esse cenário de forma mais positiva do que o esperado. No entanto, após a euforia inicial, o mercado acompanhará de perto a agenda de Milei, focando na construção de consensos e no fortalecimento da posição externa, com aumento das reservas,” afirma o banco.

Resultados Eleitorais e Perspectivas

O desempenho superou as pesquisas, que indicavam um empate técnico com os peronistas, e reverteu o cenário da eleição de setembro, em que a LLA havia perdido por ampla margem na Província de Buenos Aires. Além da capital federal, o partido obteve sucesso em províncias estratégicas como Mendoza, Santa Fé e Córdoba.

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“Esperamos muita disputa interna no peronismo e uma busca por culpados. É possível que o peronismo veja Axel Kicillof, governador de Buenos Aires, como um dos responsáveis pela derrota,” avaliam os analistas do BTG.

Apoio às Reformas

A votação foi vista como um referendo sobre as políticas econômicas do governo. Apesar da menor participação em uma eleição federal desde a redemocratização, o resultado se alinhou com as expectativas do mercado no início do ano, quando o cenário macro da Argentina era mais favorável.

Segundo projeções independentes, uma aliança entre LLA, PRO e representantes da Provincias Unidas — cujos governadores têm posições fiscais semelhantes às de Milei — aproximaria o governo da maioria no Congresso. Isso abriria caminho para a tramitação de reformas trabalhista, tributária e previdenciária, previstas para a segunda metade do mandato.

Desafios Externos

O fortalecimento político também diminui a pressão sobre o câmbio. Nas semanas anteriores à votação, o peso argentino operava no teto da banda cambial, com intervenções do Banco Central e dos Tesouros da Argentina e dos Estados Unidos. A especulação de uma desvalorização pós-eleitoral foi motivada pelo temor de um revés político, que não se confirmou.

Reservas e Investimentos

Para analistas da UBS, mesmo com o resultado favorável e a promessa de assistência dos EUA — US$ 20 bilhões em linha de swap e outros US$ 20 bilhões em potencial linha de recompra com instituições privadas —, a sustentabilidade externa da Argentina continua sob avaliação.

“Olhando adiante, a bola estará completamente com Milei. A vitória dará ao governo um espaço de respiro. Mas ainda será preciso fazer o dever de casa. Acreditamos que a tarefa pela frente pode ser resumida em duas áreas-chave: acumular reservas e construir consensos para implementar reformas que aumentem a produtividade e o crescimento,” afirmam os analistas do BTG Pactual.

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