O gênero foi um ponto central de discussão durante a última quarta-feira (19) na COP30. A sessão denominada “Mulheres: Vozes que Guiam o Futuro” apresentou o projeto “Vozes dos Biomas”, que destacou a atuação de mulheres em prol da ação climática.
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A participação incluiu as enviadas especiais Janja Lula da Silva, Denise Dora e Jurema Werneck, que realizaram visitas aos cinco biomas brasileiros para analisar soluções sustentáveis propostas por mulheres.
Encontros e Perspectivas das Mulheres
Janja Lula da Silva relatou ter encontrado “dezenas de mulheres que vivem na linha de frente da mudança do clima”, incluindo agricultoras familiares, quilombolas, indígenas e ribeirinhas. Jurema Werneck, médica e diretora executiva da Anistia Internacional Brasil, enfatizou que “as mulheres, em diferentes territórios, estão dizendo que a crise precisa ser entendida como emergência”.
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Vivência da Crise e Cooperação
Denise Dora mencionou a experiência das enchentes no Rio Grande do Sul em 2024, ressaltando como as crises climáticas podem intensificar a violência e a discriminação no acesso a alimentos em abrigos. A vivência das mulheres é considerada crucial para o debate na COP30.
A Cultura da Cooperação e o Papel da Marina Silva
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou a cultura ancestral das mulheres de cooperarem para enfrentar situações adversas. Ela afirmou: “As mulheres sabem compartilhar a teoria das coisas. As mulheres conseguem compartilhar a realização.
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E as mulheres gostam de compartilhar o reconhecimento”.
Atualização do Plano de Ação de Gênero
A COP30 está discutindo a atualização do Plano de Ação de Gênero, aprovado na COP20 (2014). O Brasil, com a embaixadora Vanessa Dolce (Alta Representante para Gênero do MRE), lidera o debate com a Suécia e o Chile. A embaixadora Dolce alertou que “gênero não fique isolado numa sala de negociação a ação climática não vai ser eficaz”.
Apoio Comunitário e o Fundo de Adaptação
A embaixadora do México, Patrícia Espinosa, celebrou que o Fundo de Adaptação já criou um mecanismo para apoiar projetos comunitários, frequentemente liderados por mulheres. Janja resumiu o objetivo do movimento: “A questão de gênero não pode mais ser um anexo das decisões aqui na COP.
Que esse seja um momento que nos mova… porque cada passo que damos na ação climática é um passo para que as mulheres vivam com mais dignidade. Cada avanço da igualdade de gênero nos aproxima do mundo capaz de superar a crise climática”.
