Dragagem no Canal de Itajaí-Açu enfrenta desafios com profundidade abaixo do ideal e acúmulo de sedimentos. A situação gera preocupações e impacta a atracagem de navios de grande porte. A dragagem, retomada após intervenção, tem fim de contrato em 2026, gerando incertezas
A situação do canal de acesso ao canal de Itajaí-Açu (SC) tem gerado preocupações no setor portuário, com a profundidade do canal 0,7 metros abaixo do ideal para a atracagem de navios de grande porte. Dados da Marinha do Brasil apontam que a maior profundidade na região está no canal externo, validade até 25 de fevereiro de 2026.
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Essa deficiência, somada ao acúmulo de sedimentos devido a chuvas e à falta de dragagem adequada, causou o assoreamento do canal, impedindo a atracagem de embarcações com capacidade de 8.000 a 12.000 TEUs (Unidades de Carga Equivalentes), padrão para o transporte marítimo global.
O acréscimo de 0,7 metros poderia aumentar a capacidade do porto em até 30%, tornando-o mais competitivo.
A situação chegou a ser agravada pela suspensão das obras de dragagem em 2024, devido a um débito acumulado de R$ 35 milhões com a empresa VanOrrd. A suspensão também foi causada pelo fim do contrato de arrendamento da operação portuária pela APM Terminals, que deixou o porto sem receita regular de navios de contêineres.
Após intervenção do Ministério de Portos e Aeroportos e negociação da Antaq, a dragagem foi retomada, com a retomada dos pagamentos e a normalização das atividades. No entanto, a iminência do término do contrato de concessão da dragagem, que encerra em fevereiro de 2026, ainda gera preocupações.
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O diretor-superintendente administrativo da Portonave, Osmari de Castilho Ribas, ressalta a urgência na definição de uma solução que garanta a continuidade do serviço, além de melhorias na bacia de evolução, área de manobra de embarcações.
A complexidade da situação se agrava com a presença do navio cargueiro Pallas, naufragado em 1893, que impede a expansão do canal e representa um desafio histórico e logístico. A remoção do navio, que envolve estudos técnicos e arqueológicos, é considerada essencial para aumentar a capacidade logística do porto, preservando ao mesmo tempo vestígios do patrimônio subaquático.
A Antaq afirma que o projeto de concessão do acesso aquaviário ao Porto de Itajaí está em análise pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e que a licitação já passou pelo momento de participação social, quando foram recebidas contribuições de empresas, órgãos e da sociedade.
O projeto visa garantir a manutenção do calado e auxiliar a manter o fluxo de embarcações na instalação portuária. O TCU entrou em recesso de fim de ano e a próxima sessão da Corte será realizada em 21 de janeiro de 2026, ainda sem pauta definida.
Após o Tribunal deliberar sobre o edital do leilão, a agência ainda deve avaliar e acatar eventuais recomendações de ajustes feitos antes da finalização da concessão. O leilão do canal de acesso seria realizado em 22 de outubro de 2025, mas, sem decisão do TCU, precisou ser adiado.
O investimento inicial estimado para a modernização do canal é de aproximadamente R$ 311 milhões.
O espaço segue aberto para manifestação.
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