Acordo de Paz e Cessar-Fogo entre Israel e Hamas em Gaza
Um acordo foi fechado entre Israel e o grupo extremista Hamas para a paz e o cessar-fogo na Faixa de Gaza. O acordo prevê a libertação de todos os reféns israelenses e o recuo das tropas israelenses para uma linha previamente acordada. O início do acordo ainda não foi determinado.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu (Likud, direita), anunciou que a proposta será votada pelo governo nesta quinta-feira (9.out.2025). O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), que mediou o acordo, afirmou na plataforma Truth Social na quarta-feira (8.out) que ambos os lados concordaram com a primeira fase do seu plano.
“Isso significa que todos os reféns serão libertados em breve e Israel retirará suas tropas para uma linha acordada, como os primeiros passos em direção a uma paz forte, duradoura. Todas as partes serão tratadas com justiça”, declarou Trump. O presidente dos EUA poderá viajar neste fim de semana para a região, onde as negociações sobre o cessar-fogo na Faixa de Gaza estão em andamento em Sharm el-Sheikh, no Egito.
Netanyahu afirmou ter conversado com Trump. “Convocarei o governo amanhã para aprovar o acordo e trazer todos os nossos preciosos reféns para casa. Agradeço aos heróis soldados das Forças de Defesa de Israel e a todas as forças de segurança cuja coragem e sacrifício nos permitiram chegar a este dia. Agradeço do fundo do coração ao Presidente Trump e à sua equipe pelo seu compromisso com esta missão sagrada de libertar os nossos reféns”, afirmou.
As Forças de Defesa de Israel declararam nas redes sociais, na madrugada desta quinta-feira (9.out), ter começado os preparativos para implementar o acordo e “fazer a transição para linhas de implantação ajustadas em breve”. O Hamas afirmou em comunicado que o acordo levaria ao fim da guerra na Faixa de Gaza e à retirada de Israel do território. O grupo militante apelou a Trump e outros líderes para que obrigassem Israel “a implementar integralmente os requisitos do acordo”. O Hamas e o Qatar, um dos países que intermediaram as negociações, também indicaram em comunicados que o acordo permitiria a entrada de ajuda humanitária no enclave.
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Os detalhes da troca de reféns por prisioneiros e a linha de retirada israelense não ficaram claros. Israel, em suas declarações iniciais, não mencionou a retirada de tropas. Embora Netanyahu tenha afirmado que todos os reféns israelenses seriam trazidos de volta, não deu outros detalhes.
O conflito começou em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas liderou um ataque a Israel, matando cerca de 1.200 pessoas. Eles fizeram cerca de 250 reféns. Desde então, o exército israelense matou mais de 67.000 palestinos, incluindo civis e combatentes, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, e reduziu a infraestrutura do território a ruínas.
No dia 29 de setembro, Trump revelou um plano abrangente de 20 pontos para encerrar a guerra entre Israel e Hamas e criar o Estado Palestino. Entre o proposto está a troca de reféns israelenses por 250 prisioneiros palestinos condenados à morte e 1.700 moradores do enclave detidos depois do ataque de 7 de outubro de 2023.
Uma autoridade familiarizada com os detalhes do acordo disse ao jornal The New York Times que todos os reféns vivos, que se acredita serem cerca de 20, devem ser libertados imediatamente, provavelmente no fim de semana. Os restos mortais de até 28 reféns serão devolvidos em etapas, disse a autoridade.
Ainda não está claro se todos os pontos da proposta de Trump foram aceitos por Israel e pelo Hamas e se a guerra na Faixa de Gaza realmente terminará. O Hamas rejeitou publicamente a exigência de Netanyahu de desarmamento, e não houve menção às armas do grupo em declarações sobre o acordo por parte de Israel, do Qatar, dos Estados Unidos ou do próprio Hamas.
Próximos Passos
De acordo com o plano de Trump, com a troca de reféns realizada, o governo dos EUA propõe anistia aos combatentes do Hamas que concordarem em “coexistir” na região com Israel. Os que desejarem deixar a Palestina poderão fazê-lo em segurança. Segundo o presidente dos EUA, a desmilitarização abrirá espaço para a entrada de ajuda humanitária sob supervisão da ONU (Organização das Nações Unidas), da Cruz Vermelha e de outras entidades.
A Casa Branca mencionou a criação de um governo de transição temporário “tecnocrático e apolítico”. Este seria comandado por palestinos sob supervisão de um “Conselho da Paz” liderado por Trump e com a presença do ex-ministro britânico Tony Blair (Partido Trabalista) e de chefes de Estado e de governo a serem anunciados. Ser será executado também um plano de desenvolvimento econômico para restabelecer as linhas energéticas na Faixa de Gaza. Uma zona econômica especial será criada posteriormente com tarifas preferenciais.
Se todas as condições forem cumpridas, os EUA disseram que o plano abre caminho para a “autodeterminação e a criação de um Estado palestino”.