Isabela Azevedo Trindade alerta sobre a urgência de atenção à saúde e bem-estar da população idosa no Enem 2025, destacando desafios no Brasil
A prova de redação do primeiro dia do Enem 2025, com o tema “Perspectivas acerca do envelhecimento na sociedade brasileira”, evidenciou a crescente necessidade de atenção à saúde e bem-estar da população idosa. Isabela Azevedo Trindade, fisioterapeuta e presidente do Departamento de Gerontologia da SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia), ressaltou a relevância do tema à CNN Brasil.
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Trindade enfatizou que o Brasil está enfrentando um envelhecimento populacional acelerado, sem a preparação adequada para lidar com essa mudança. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) projeta que, em 45 anos, o país terá 75,3 milhões de pessoas com mais de 60 anos, representando 37,8% da população total.
Essa projeção demonstra a urgência de se adaptar a essa nova realidade demográfica.
De acordo com o Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), a população idosa dobrará em apenas 25 anos, um ritmo seis vezes mais rápido que o observado na França. Diante desse cenário, são necessários esforços coordenados entre governo, setor privado e sociedade civil.
Trindade aponta a falta de políticas de longo prazo, profissionais qualificados, infraestrutura adequada e uma mudança cultural profunda como desafios cruciais.
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A especialista defende investir em educação em gerontologia, serviços de saúde integrados e contínuos, ambientes acessíveis e inclusivos, e, principalmente, em uma mudança de mentalidade sobre o envelhecimento. “Envelhecer é um processo natural que começa com o nascimento”, explica Trindade, “e quanto antes compreendermos isso, melhor poderemos cuidar de nós mesmos e dos outros”.
Para Trindade, o envelhecimento bem-sucedido requer ações tanto individuais quanto políticas públicas. No âmbito individual, é fundamental adotar hábitos saudáveis, como cuidar da saúde física e mental, manter vínculos sociais, praticar atividade física regularmente, alimentar-se bem e cultivar propósitos.
Além disso, é essencial planejar o envelhecimento de forma abrangente, considerando aspectos financeiros, emocionais e sociais.
Em relação às políticas públicas, a especialista destaca a necessidade de fortalecer a atenção primária à saúde, com foco em prevenção, promoção da autonomia, acompanhamento contínuo, expandir programas de apoio à família cuidadora e aos cuidadores formais, garantindo capacitação e suporte emocional, investir em moradias acessíveis, transporte público adaptado, cidades amigáveis ao idoso, incentivar a inserção e a permanência da pessoa idosa na vida social e econômica, combatendo o etarismo e a exclusão digital.
O envelhecimento bem-sucedido é um ato de responsabilidade consigo e com o outro. É crucial mudar a forma como falamos sobre a velhice, reconhecendo que não se trata de evitar o envelhecimento, mas sim de viver bem em todas as fases da vida.
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