Irã rejeita sanções da ONU e acusa a comunidade internacional de ser “injustificável”

Sanções à República Islâmica: embargo de armas e congelamento de ativos são implementados.

28/09/2025 9:41

3 min de leitura

Tehran (Iran (Islamic Republic Of)), 27/09/2025.- An Iranian Kheibar-Shekan medium-range ballistic missile (MRBM) placed next to a large banner depicting Iranian supreme leader Ayatollah Ali Khamenei (C) in Baharestan Square in Tehran, Iran, 27 September 2025. According to state media, Iran has recalled its envoys to Britain, France, and Germany for consultations after the three countries (E3) initiated a 'snapback' process to restore UN sanctions over Iran's alleged failure to meet its nuclear program commitments. (Francia, Alemania, Reino Unido, Teherán) EFE/EPA/ABEDIN TAHERKENAREH
Tehran (Iran (Islamic Republic Of)), 27/09/2025.- An Iranian Khe...

Restabelecimento de Sanções da ONU Sobre o Irã

O Irã classificou como “injustificável” o restabelecimento das sanções da ONU sobre seu programa nuclear, em 28 de outubro, após o fracasso das negociações com as potências ocidentais. As medidas incluem um embargo de armas e o congelamento de ativos e atividades bancárias de empresas e indivíduos ligados aos programas nuclear e balístico do Irã. A ONU pede a todos os países membros para que implementem essas medidas, definidas em resoluções anteriores.

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A implementação prática depende de cada nação, e não está claro como a China, que compra quantidades significativas de petróleo iraniano, reagirá. O restabelecimento das sanções, que voltou a vigorar às 00h00 GMT (21h00 de sábado, no horário de Brasília), está em conformidade com uma cláusula do acordo internacional de 2015 que limita o programa nuclear do Irã a fins civis.

Reação do Irã

O Irã alega que suas atividades nucleares não têm propósito militar, e o Ministério das Relações Exteriores iraniano declarou que a reativação das sanções carece de base legal e é “injustificável”. Essas sanções representam um duro golpe para a economia iraniana.

Sanções e Reação Internacional

O rial, a moeda local do Irã, atingiu sua mínima histórica em relação ao dólar, de acordo com diversos sites especializados. Reino Unido, França e Alemanha, o grupo de países E3, ativaram em agosto o mecanismo de “snapback”, que lhes permite restabelecer as sanções em 30 dias. A tríade europeia E3 acredita que Teerã não fez “gestos concretos” para explicar a natureza de seu programa nuclear.

Ofensiva Israelense

O programa nuclear iraniano prejudica há muito tempo as relações de Teerã com as potências ocidentais, que, juntamente com Israel, acusam a República Islâmica de buscar desenvolver armas atômicas. Em junho, durante um conflito de 12 dias, o Exército israelense atacou diversos alvos ligados aos programas nuclear e de mísseis balísticos do Irã, uma campanha à qual os Estados Unidos se uniram, bombardeando as usinas nucleares de Fordo, Natanz e Isfahan em 22 de junho.

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Essa ofensiva israelense interrompeu as negociações indiretas em andamento entre o Irã e os Estados Unidos. Israel declarou neste domingo que o restabelecimento das sanções é “um importante passo à frente em resposta às contínuas violações do Irã”. “O objetivo é claro: impedir que o Irã adquira armas nucleares”, acrescentou o Ministério das Relações Exteriores de Israel.

Retorno das Sanções e Defesa da Europa

A chefe de política externa da UE, Kaja Kallas, insistiu neste domingo que, embora o bloco europeu implemente sanções, o retorno de medidas punitivas “não deve significar o fim da diplomacia com o Irã”.

Negociação e Proposta Americana

O presidente iraniano, Massoud Pezeshkian, disse a repórteres em Nova York no sábado, antes do prazo final, que os Estados Unidos haviam pedido ao seu país que desistisse de todo o seu urânio enriquecido em troca de uma moratória de três meses nas sanções. “Isso é totalmente inaceitável”, afirmou. O chanceler russo, Serguei Lavrov, disse em um discurso na Assembleia Geral da ONU que a rejeição do texto russo e chinês que adiava o restabelecimento das sanções “expõe a política do Ocidente de sabotar a busca por soluções construtivas”.

Com informações da AFP

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