O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) referente a dezembro apresentou um avanço de 0,25% em comparação com o mês anterior, conforme as expectativas do mercado. A inflação acumulada em 12 meses também demonstrou uma redução, passando de 4,50% em novembro para 4,41% em dezembro.
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Esse desempenho anual coloca a inflação abaixo do teto da meta estabelecida.
As variações mais significativas foram observadas em alimentação no domicílio, com destaque para o aumento nos preços de carnes (+0,02%) e vestuário (+0,02%). Essa elevação foi parcialmente compensada pela queda nos preços de passagens aéreas (-0,06%).
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Descontos da Black Friday e Deflação em Bens Industrializados
O IPCA foi influenciado pelos descontos oferecidos durante a Black Friday, que geraram uma leve deflação nos preços de bens industrializados. Esse processo de desinflação se manteve persistente nos preços dos alimentos.
Os preços de alimentos registraram uma redução de 0,08% em dezembro, superando a projeção da XP (-0,22%). Essa queda contribuiu para que a inflação acumulada em 12 meses atingisse 1,94%.
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Aumento em Preços Administrados e Impacto nos Serviços
Em contrapartida, os preços de bens administrados apresentaram um aumento em dezembro (0,31%), impulsionado pelo crescimento das tarifas de energia e preços de combustíveis. Essa dinâmica contrastava com a tendência de queda observada nos bens industrializados.
A inflação de serviços também se mostrou superior às expectativas, com destaque para o aumento em alimentação fora do domicílio e nos preços de condomínios. Serviços intensivos em mão de obra, monitorados de perto pelo Banco Central, avançaram 0,65% no mês, acima da projeção da XP (0,62%), e 6% no ano.
Projeções e Expectativas para 2025 e 2026
Economistas preveem uma desaceleração gradual da inflação de serviços em 2026, com projeções de 6% para 5,3%. Alexandre Maluf, economista da XP, estima que a inflação de serviços desacelere de 6% para 5,3% em 2026.
A expectativa é que o Banco Central (BC) adie o início do ciclo de cortes de juros, devido à resiliência da inflação de serviços e à força do mercado de trabalho. Tatiana Pinheiro, economista-chefe da Galapagos Capital, acredita que o BC só iniciará o corte de juros em janeiro, caso a inflação de serviços e os dados de mercado de trabalho apresentem sinais de arrefecimento.
