Investigações apontam proximidade de Fábio Luís Lula da Silva em Operação Sem Desconto

Investigações da Operação Sem Desconto revelam proximidade de Fábio Luís Lula da Silva. A nova fase da operação, autorizada pelo STF, traz à tona diálogos que reforçam a ligação entre investigados e filho do presidente Luiz Inácio da Silva. Documentos da Polícia Federal apontam conversa em 29 de abril de 2025, envolvendo Roberta Luchsinger, Antônio Carlos Camilo Antunes e Fábio Luís Lula da Silva

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(Imagem de reprodução da internet).

Investigações da Operação Sem Desconto Revelam Proximidade de Fábio Luís Lula da Silva

Investigações relacionadas à operação Sem Desconto apontaram menções diretas a Fábio Luís Lula da Silva, conhecido como “Lulinha”, em materiais apreendidos com suspeitos envolvidos em fraudes previdenciárias. Segundo informações da repórter Mariana Haubert, do jornal Poder360, uma agenda confiscada na primeira fase da operação, em abril, continha a anotação “Fábio (filho Lula)” vinculada a informações sobre credenciais para um camarote de show e a um flat no condomínio de luxo Brisas do Lago.

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Nova Fase da Operação e Diálogos Reveladores

A nova fase da operação, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal, deflagrada na última quinta-feira (18), traz à tona diálogos que reforçam a proximidade entre os investigados e o filho mais velho do presidente Luiz Inácio da Silva. De acordo com a apuração do jornal Poder360, documentos da Polícia Federal destacam uma conversa ocorrida em 29 de abril de 2025, dias após a deflagração da primeira fase do inquérito.

No diálogo, a empresária e lobista Roberta Luchsinger alerta Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca”, sobre a apreensão de um item sensível.

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Evidências e Conexões Financeiras

Roberta Luchsinger escreveu: “E só para você saber, acharam um envelope com nome do nosso amigo no dia da busca e apreensão”. Careca reagiu com a interjeição “Putz”. Relatórios da Polícia Federal indicam que o envelope continha ingressos para um evento na capital federal.

As anotações na agenda apreendida detalham: “Mínimas informações possíveis. CPF – Fábio (filho Lula). Terça a quinta-feira. 03 a 05/12”. Há ainda referências a contatos para a retirada das credenciais. A investigação aponta Roberta Luchsinger como um elo central entre Lulinha e Careca do INSS, apontado como o operador do esquema de descontos indevidos em aposentadorias.

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Roberta teria aconselhado Careca a se desfazer de seus telefones celulares para ocultar provas, sugestão que ele afirmou já ter acatado.

Relatórios do Coaf e Transferências Financeiras

Relatórios do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) detectaram que a lobista recebeu R$ 1,5 milhão de Antônio Carlos, fracionados em cinco transferências de R$ 300 mil. A decisão do Supremo Tribunal Federal menciona que tais valores teriam como destino o “filho do rapaz”, em alusão a Lulinha.

Para a Polícia Federal, a relação entre Roberta e Careca não era de subordinação, mas de uma “atuação societária” voltada para o tráfico de influência, conduta tipificada no Código Penal. A parceria teria se intensificado no final de 2024, período em que as fraudes contra aposentados atingiram pico de arrecadação.

Divergências na Polícia Federal e Defesas

Existe uma divergência interna na PF sobre o avanço das investigações contra o filho do presidente. Uma ala defende o aprofundamento imediato para esclarecer o grau de envolvimento de Fábio Luís. Outro grupo, considerado mais alinhado ao Planalto, argumenta que os indícios são frágeis e que o uso de nomes de pessoas influentes é prática comum no meio político para simular prestígio, sem que haja participação real do citado.

Até o momento, o entendimento predominante é de que não há provas de participação direta de Lulinha na execução das fraudes previdenciárias, embora sua proximidade com os operadores do esquema justifique a continuidade das apurações. Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp!

Procurada, a defesa de Roberta Luchsinger, conduzida pelo advogado Bruno Salles, afirmou que as mensagens estão descontextualizadas e que os negócios com a empresa de Antônio Carlos se restringiram a tratativas iniciais no setor de canabidiol, sem relação com o esquema.

Sobre Lulinha, a defesa reitera que há apenas uma relação de amizade pessoal e viagens conjuntas. Marco Aurélio de Carvalho, advogado e amigo de Fábio Luís, declarou que o filho do presidente não é alvo formal da investigação e classificou as menções a ele como “fofocas e vilanias” destinadas a desgastar o governo.

Ele cobrou investigação sobre os vazamentos do inquérito. O presidente Lula, questionado sobre o caso na quinta-feira (18), afirmou que “ninguém ficará livre” das investigações, incluindo seus filhos ou ministros, caso haja comprovação de irregularidades.

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