O metanol, uma substância altamente tóxica, tem sido associado a pelo menos três mortes em São Paulo e São Bernardo do Campo nos últimos dias. Quando ingerida, pode causar desde sintomas semelhantes aos da embriaguez até quadros graves, incluindo cegueira e morte. A identificação precoce e o tratamento imediato são cruciais.
Sinais e Sintomas da Intoxicação
Segundo o toxicologista Álvaro Pulchinelli Junior, presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), os primeiros sinais de intoxicação por metanol aparecem logo após o consumo de bebidas adulteradas, como gim, whisky e vodka falsificados. Esses sinais incluem fala pastosa e reflexos diminuídos.
Os efeitos da intoxicação se intensificam entre 16 e 30 horas após a ingestão. De acordo com a farmacêutica Andreia Vidal, do laboratório DB, podem surgir náuseas, vômitos, tontura, dor abdominal, fraqueza e alterações no sistema nervoso central. Um dos impactos mais graves é a perda da visão.
“A pessoa passa a ter visão borrada, brilhante e diminuição da visão, podendo evoluir para cegueira”, alerta Pulchinelli.
Importância do Atendimento Médico Imediato
Especialistas reforçam que qualquer suspeita de intoxicação deve levar à busca imediata por atendimento médico. Os sintomas podem ser confundidos com uma ressaca, mas tendem a se manifestar de forma mais intensa. “Não ache que ficar em casa vai resolver. Você estará perdendo tempo precioso para a introdução do antídoto”, afirma Pulchinelli.
LEIA TAMBÉM!
Riscos Globais e Intoxicações por Metanol
O metanol, ou álcool metálico, é usado na indústria química como solvente e na produção de tintas e vernizes, mas também aparece ilegalmente em bebidas falsificadas. A substância não tem cheiro nem sabor, o que impede sua identificação em destilados adulterados.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que cerca de 25% do álcool consumido no mundo vem de fontes ilegais. Um estudo publicado na revista Nature Food mostrou que, entre 2017 e 2019, houve 306 surtos de intoxicação por metanol no planeta, resultando em 7.104 casos e mais de 1.888 mortes, a maioria registrada na Ásia.
Com informações do Estadão Conteúdo