Intoxicações por Metanol Aumentam no Brasil: Alerta e Medidas

O Ministério da Saúde confirmou, no dia 5 de outubro de 2025, um aumento significativo nos casos de intoxicação por metanol no Brasil. Até o momento, foram registrados 225 casos de ingestão da substância, com 16 confirmações e 209 em investigação. Os dados foram consolidados pelo Cievs (Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde Nacional), revelando um cenário preocupante para a saúde pública.

Concentração de Casos em São Paulo

O estado de São Paulo concentra a maior parte das notificações, com 192 registros – 14 confirmações e 178 em investigação. Além do estado de São Paulo, também foram confirmados casos no Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Paraná e Bahia, indicando uma possível expansão da adulteração em diferentes regiões do país.

Efeitos do Metanol no Organismo

A ingestão de metanol pode causar danos graves ao organismo, conforme alertam o Conselho Federal de Química e a Abno (Associação Brasileira de Neuro-oftalmologia). Os sintomas incluem respiração acelerada, aumento da frequência cardíaca, dor abdominal persistente e, em casos mais graves, danos à visão que podem evoluir para cegueira irreversível. O principal problema reside nos efeitos tardios, onde o metanol é metabolizado em formaldeído e ácido fórmico, causando acidose metabólica, um desequilíbrio do pH sanguíneo.

Diagnóstico e Tratamento

O diagnóstico precoce é crucial, conforme a Abno, e deve ser baseado na história clínica do paciente e em exames de sangue e de imagem. Os primeiros sintomas podem surgir de duas a 48 horas após a ingestão. Em caso de suspeita, não induzir o vômito e encaminhar a pessoa com urgência para o hospital. O tratamento imediato envolve a administração de fomepizol, um medicamento que inibe o metabolismo do metanol, evitando a formação do ácido fórmico. Em alguns casos, pode ser necessária a lavagem gástrica e a hemodiálise.

Medidas de Prevenção e Controle

Para evitar intoxicações, o Ministério da Saúde recomenda verificar a procedência das bebidas, desconfiar de preços muito abaixo do mercado e não consumir produtos sem registro oficial. A fiscalização rigorosa de órgãos governamentais e as análises laboratoriais periódicas são essenciais para prevenir tragédias. O Conselho Federal de Química ressalta que o problema surge quando o metanol é usado de forma criminosa na adulteração de bebidas alcoólicas, podendo causar náusea, tontura, vômito e depressão do sistema nervoso central.

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Resposta do Governo e Fornecimento de Antídotos

O ministro Alexandre Padilha anunciou a compra de 2.500 unidades de fomepizol e 12.000 novas ampolas do etanol farmacêutico, somando às 4.300 já adquiridas. O diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Leandro Safatle, enfatizou a prioridade de viabilizar o fornecimento dos antídotos. As investigações sobre a origem das bebidas adulteradas e a extensão da contaminação continuam em andamento.