Intel testa tecnologia da ACM, alvo de sanções dos EUA. Parceria gera preocupações de segurança nacional e risco de transferência de tecnologia para a China
A Intel, gigante da indústria de semicondutores, está testando tecnologias de produção de chips fornecidas pela ACM Research, uma empresa com raízes na China e que, em um passado recente, esteve alvo de sanções dos Estados Unidos. A Intel resistiu a pedidos de demissão de seu CEO em agosto, em meio a preocupações sobre as relações da empresa com a China. A Intel obteve as ferramentas da ACM, que tem unidades na China e na Coreia do Sul, e que estavam envolvidas em atividades consideradas de apoio aos esforços militares chineses. A Intel nega ter violado regulamentações dos EUA, mas a situação levanta sérias questões de segurança nacional.
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As ferramentas de corrosão úmida, utilizadas para remover material das pastilhas de silício que se transformam em semicondutores, estão sendo testadas para o processo mais avançado de fabricação de chips da Intel, conhecido como 14A, com lançamento previsto para 2027. A Reuters não conseguiu determinar se a Intel havia decidido adicionar as ferramentas ao processo avançado de fabricação de chips e não possui evidências de que a empresa tenha violado regulamentações dos EUA. A Intel se recusou a comentar sobre o teste das ferramentas da ACM, mas afirmou que as ferramentas não são usadas em seu processo de produção e que a empresa cumpre todas as leis e regulamentações aplicáveis dos EUA.
A parceria entre a Intel e a ACM Research levanta preocupações sobre a transferência de conhecimento tecnológico sensível para a China, a possível substituição de fornecedores ocidentais de ferramentas confiáveis por empresas ligadas à China e até mesmo o potencial para esforços de sabotagem por parte de Pequim. Críticos da China alertam que as ferramentas chinesas poderiam ser facilmente manipuladas remotamente ou fisicamente para degradar ou interromper a produção de chips dos EUA. A ex-funcionária do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Chris McGuire, destacou que as lacunas nas políticas de proteção tecnológica dos EUA não devem ser permitidas.
A ACM Research inaugurou uma nova instalação em Hillsboro, Oregon – uma área apelidada de “Floresta do Silício” – para servir como o novo centro de vendas e serviços da empresa. A instalação está localizada perto da principal fábrica de P&D e de produção inicial de chips da Intel. A ACM lançou as bases para a expansão fora da China por meio de parcerias estratégicas com líderes globais como a Intel, que podem render frutos em 2026. A ACM não é uma fornecedora significativa de equipamentos para nenhuma grande fabricante de chips dos EUA.
A ACM Research ocupa a 24ª posição no mercado global de equipamentos para semicondutores, com uma participação de 8% no segmento de ferramentas de limpeza, de acordo com a Gartner Research. Pequim vem se esforçando para construir uma indústria nacional de fabricação de semicondutores competitiva, muito antes de Washington começar a restringir o acesso da China às ferramentas americanas. A ACM Research vende equipamentos para a fabricante chinesa de chips YMTC, que está sob sanções, bem como para a CXMT, também da China, que foi citada pelo Departamento de Defesa como uma empresa apoiada pelos militares chineses. A SMIC, outra cliente da ACM alvo de sanções dos EUA por supostos laços com o complexo industrial militar chinês, representa 14% das vendas da ACM.
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