Indústria da Moda Urge Ações Climáticas na COP30: Novo Pacto Exigido

Fashion Industry Charter cobra metas climáticas da moda na COP30. Indústria é pressionada a acelerar transição sustentável com exigências e metas regionais.

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(Imagem de reprodução da internet).

A Moda e o Desafio Climático na COP30

A Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) colocou a indústria da moda diante de um espelho incômodo. Com uma parcela de 4% a 8% das emissões globais de gases de efeito estufa, a maior indústria empregadora do mundo, historicamente, observou as negociações climáticas como uma mera presença, mais um observador elegante do que um agente de mudança.

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A ausência de protagonismo contrastou com a urgência da crise climática e o potencial da moda como catalisadora de uma transição justa.

Exigências para uma Mudança Real

O Fashion Industry Charter for Climate Action, braço oficial da UNFCCC, publicou durante a conferência um comunicado com três exigências claras para governos e empresas. Estas incluíam o acesso acelerado à energia renovável, a divulgação obrigatória de metas e planos climáticos corporativos e o financiamento para descarbonizar as cadeias produtivas.

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Organizações como Stand.earth e Global Fashion Agenda foram ainda mais diretas, defendendo que o Charter deixasse de ser um pacto de intenções e se tornasse um pacto de obrigações, com metas regionais, eliminação do carvão, transparência sobre lobby e revisão completa das cadeias de produção.

A Voz da Sociedade Civil Brasileira

A sociedade civil brasileira assumiu um papel crucial, complementando a falta de ação da indústria global. Movimentos e organizações brasileiras, como a Rio Ethical Fashion (REF), lançaram a Carta-Manifesto2, com dez diretrizes para uma moda regenerativa.

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A Rede Brasil, por sua vez, lançou o Posicionamento pela Transição Justa dos Setores de Moda e Têxtil3, enquanto a Fashion Revolution Brasil lançou o Índice de Transparência da Moda – Edição Clima4, reconhecido como solução climática pelo Mutirão da COP30.

Todas as iniciativas convergiam para a mesma conclusão: a mudança exigia ações concretas e ambiciosas.

O Potencial da Economia Brasileira

A COP30 também evidenciou o potencial da economia brasileira para liderar a transição para uma moda mais sustentável. O país possui uma vasta gama de empresas inovadoras e comprometidas com a sustentabilidade, desde a Vivo até a Suzano, passando por empresas como a Gerdau e a Klabin.

A diversidade de setores, incluindo o setor de saúde com o Hospital Israelita Albert Einstein e o setor de infraestrutura com a EcoRodovias, demonstra a capacidade do Brasil de liderar a transformação do setor da moda, impulsionada por uma economia diversificada e inovadora.

O evento final reforçou a necessidade de uma mudança de paradigma na indústria da moda, onde a sustentabilidade não seja apenas uma tendência, mas sim um imperativo para garantir um futuro mais justo e resiliente para o planeta.

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