Ibovespa avança, mas não retoma níveis pré-candidatura de Flávio Bolsonaro. Mercado acompanha alívio político e expectativa de corte de juros
O Ibovespa apresentou uma recuperação parcial nesta segunda-feira, 8, com um avanço de 0,52%, fechando aos 158.187 pontos. Essa alta ocorre após a forte queda de 4,25% registrada na véspera, 5, mas ainda não alcançou os níveis observados antes da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que atingiu 164.455 pontos na quinta-feira, 4.
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A variação do dólar também foi positiva, com uma redução de 0,22%, fechando a R$ 5,421. Essa melhora se distancia dos R$ 5,44 registrados na sexta-feira, após um aumento de 2,31%.
Analistas atribuem a recuperação do Ibovespa à percepção de que a queda de sexta-feira foi excessiva, impulsionada por rumores e vendas motivadas pelo medo. “Começa-se o rumor, as pessoas vendem no pânico. Depois, um pouco mais racionais, percebem que foi um exagero”, explica João Daronco, da Suno Research.
A correção diária representa um retorno parcial à normalidade, embora ainda não restabeleça os níveis pré-candidatura de Flávio Bolsonaro.
A sinalização de que Flávio Bolsonaro pode desistir da corrida presidencial contribui para o alívio no mercado, reabrindo possibilidades de negociações políticas e reduzindo o “prêmio de risco” adicionado aos ativos. Daronco acredita que a candidatura não é definitiva e pode ser utilizada como ferramenta de barganha, incluindo a pauta da anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
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Essa situação também impacta o cenário eleitoral da direita, fragilizando a posição de Tarcísio de Freitas, que até então era visto como favorito entre os agentes econômicos. O aumento da influência de Flávio Bolsonaro aumenta a incerteza e a volatilidade do mercado.
No mercado de câmbio, o dólar apresentou uma queda de 0,22%, impulsionada por uma “correção técnica”, alívio político e um ambiente externo mais favorável, com expectativa de corte de juros pelo Federal Reserve. A menor atratividade dos Treasuries contribuiu para o enfraquecimento da moeda.
Alison Correia, da Dom Investimentos, destaca que o investidor permanece em um estado de “compasso de espera” diante das incertezas eleitorais, ressaltando que o ruído político ainda é um fator relevante.
A expectativa para a taxa Selic também é de manutenção, com alguns analistas antecipando um corte de 0,25 ponto percentual pelo Federal Reserve. O foco permanece nos comunicados dos bancos centrais, que podem sinalizar o início do ciclo de cortes no Brasil.
O Boletim Focus trouxe um alívio adicional, com a queda da inflação pela quarta semana consecutiva, o que ajudou os DIs a registrarem uma queda de mais de 1% logo no início do dia.
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