Ibovespa Alcança Novos Recordes e Analistas Preveem Mais Valorização

O Ibovespa, principal índice do mercado financeiro brasileiro, está em forte ascensão, renovando máximas históricas e acumulando valorização superior a 30% até o final de 2025. Essa trajetória ascendente ocorre em um cenário de otimismo entre analistas, que consideram a bolsa ainda subvalorizada, com potencial para novas altas.

O apetite por risco dos investidores, aliado a um contexto favorável, impulsiona o desempenho do índice.

Bruno Perri, economista-chefe da Forum Investimentos, destaca que a bolsa barata favorece os países emergentes. O fluxo de capital no mercado brasileiro tem sido um dos principais motores das altas da bolsa. A expectativa é que essa tendência continue, impulsionada pelo cenário de maior apetite por risco.

Múltiplos e Potencial de Valorização

O argumento central para a avaliação de que a bolsa está barata reside nos múltiplos, que estão com valores descontados em relação à média histórica. Isso indica um potencial de valorização significativo. Raphael Figueredo, estrategista de ações da XP, reforça essa visão, mencionando que os múltiplos ainda são atrativos, com espaço para novas altas no curto prazo.

A análise dos múltiplos se baseia principalmente no P/L (preço/lucro), um indicador fundamental. Marink Martins, analista de investimentos da MyVOL, avalia que a relação preço/lucro atualmente é convidativa, com um P/L abaixo de 8x, um valor bem abaixo da média histórica e auspicioso diante das transformações econômicas.

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Setores Preferidos

Os analistas identificam setores com maior potencial de valorização. Figueredo sugere empresas com forte geração de caixa, que pagam dividendos recorrentes e operam com baixa alavancagem, as chamadas “companhias de altíssima qualidade”. Ele indica os setores financeiro e de utilidade pública como prioridades.

Martins também aponta para grandes empresas, principalmente pela capacidade de repassar preços. Ambos os analistas reconhecem o setor elétrico como uma aposta promissora, especialmente devido à possível chegada da inteligência artificial por meio de data centers, e o agronegócio, impulsionado pela característica exportadora do Brasil.

Perspectivas para 2026

A expectativa de cortes na taxa de juros pelo Banco Central no primeiro semestre de 2026 contribui para o otimismo em relação à renda variável. A previsão de que o Brasil seja classificado como “investment grade” por agências de rating como Moody’s, Standard & Poor’s e Fitch, que atesta a solidez do país e facilita o acesso a investimentos globais, é vista como um marco importante.

A abertura das portas para a indexação e a chegada de novos índices globais ao Brasil são fatores que impulsionam a expectativa de crescimento do mercado de capitais.