IBGE: Inflação prévia dispara 0,48% em setembro com fim do Bônus Itaipu

IBGE aponta fim do Bônus Itaipu como fator que influencia alta nos preços do país.

25/09/2025 15:36

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IBGE: Inflação prévia dispara 0,48% em setembro com fim do Bônus Itaipu
(Imagem de reprodução da internet).

Previa da Inflação Oficial de Setembro Impactada pela Energia Elétrica

A prévia da inflação oficial de setembro, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresentou um índice de 0,48%, impulsionado principalmente pelo aumento no preço da energia elétrica. Em agosto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) registrou uma queda de -0,14%, enquanto em setembro de 2024 o indicador ficou em 0,13%. Ao final de 12 meses, o IPCA-15 acumula 5,32%. Esses números foram revelados nesta quinta-feira (25) e refletem a dinâmica do mercado em um período de ajuste.

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Influências na Inflação

Os dados prévios indicam que a inflação anual ainda se mantém acima da meta do governo de 3% ao ano, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, o que significa que a taxa pode chegar a 4,5%. A alta na conta de luz é explicada pelo “bônus” da Itaipu, um desconto concedido em agosto para 80,8 milhões de consumidores. Sem essa vantagem, a fatura mensal seria significativamente maior.

Grupos de Preços e Variações

Os cinco grupos de preços analisados pelo IBGE apresentaram todas altas em relação ao mês anterior. A habitação registrou um aumento de 3,31%, seguido por vestuário (0,97%), saúde e cuidados pessoais (0,36%), despesas pessoais (0,20%) e educação (0,03%). A comunicação teve uma queda de -0,08%, enquanto artigos de residência apresentaram uma diminuição de -0,16% e transportes, -0,25%. A alimentação e bebidas registraram uma queda de -0,35%.

Impacto da Energia Elétrica e Alimentação

A alta no grupo da habitação respondeu por 0,5 ponto percentual do IPCA-15 de setembro. A energia elétrica residencial, que faz parte desse grupo, foi o principal fator de impacto, subindo 12,17% após uma queda de 4,93% em agosto. A medida que o fim do bônus e a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adicionou R$ 7,87 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos. A cobrança extra é determinada pela Aneel para custear usinas termelétricas em tempos de baixa nos reservatórios das hidrelétricas, sendo necessária devido ao custo mais elevado da energia gerada por essas usinas.

A alimentação, por sua vez, apresentou uma queda de 0,35% em setembro, após uma queda de 0,53% em agosto. Os preços dos alimentos em domicílio caíram 0,63%, impulsionados pela queda do tomate (-17,49%), cebola (-8,65%), arroz (-2,91%) e café moído (-1,81%). Em contrapartida, as frutas subiram 1,03%. A desaceleração na alimentação fora do domicílio, com um IPCA-15 de 0,36%, abaixo do 0,71% de agosto.

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Comparação entre IPCA-15 e IPCA

O IPCA-15 possui metodologia semelhante ao IPCA, o índice oficial de inflação, que serve de base para a política de meta de inflação do governo. A principal diferença reside no período de coleta de preços e na abrangência geográfica. A prévia é divulgada antes do fim do mês de referência, e o período de coleta de dados foi de 15 de agosto a 15 de setembro. Ambos os índices levam em consideração uma cesta de produtos e serviços para famílias com rendimentos entre um e 40 salários mínimos (atualmente, R$ 1.518). O IPCA-15 coleta preços em 11 localidades do país (as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia), enquanto o IPCA abrange 16 localidades (incluindo Vitória, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju).

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