IBGE aponta queda de 0,4% na produção industrial em setembro. Setor enfrenta desafios com política Selic e tarifas de importação.
A indústria brasileira registrou uma queda de 0,4% na produção em setembro, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (4). Esse recuo representa um retorno à fraqueza do setor, após um breve período de recuperação em agosto, e reflete os desafios enfrentados pelo setor industrial em um cenário de política monetária restritiva.
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Em agosto, a produção industrial havia apresentado um aumento de 0,7%, valor revisado pelo IBGE de 0,8% previamente divulgado. Comparado ao mesmo período do ano anterior, a produção industrial avançou 2,0%. Apesar desse crescimento anual, o setor ainda está 14,8% abaixo do pico alcançado em maio de 2011.
A política monetária restritiva, com a taxa Selic em 15%, continua a impactar negativamente a indústria, dificultando o acesso ao crédito e afetando as decisões de investimento. Adicionalmente, tarifas de importação elevadas sobre produtos brasileiros, implementadas em agosto, também afetam setores exportadores.
Segundo André Macedo, gerente da pesquisa, a queda em setembro foi influenciada por segmentos industriais importantes, incluindo a indústria farmacêutica, o setor extrativo e a indústria automobilística, que juntos representam aproximadamente 23% da produção industrial total.
Os setores com pior desempenho em setembro foram: produtos farmacêuticos e farmacêuticos (-9,7%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,5%) e confecção de artigos do vestuário e acessórios (-2,9%). O setor extrativo apresentou uma queda de -1,6%.
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Por outro lado, os setores com melhor desempenho foram: produtos do fumo (+19,5%), produtos de madeira (+5,5%) e produtos alimentícios (+1,9%).
A única categoria que registrou avanço foi bens de capital, com um aumento de 0,1%, quebrando uma sequência de dois meses de declínio, embora em ritmo lento.
Todas as demais categorias apresentaram quedas, incluindo bens de consumo duráveis (-1,4%), bens intermediários (-0,4%), bens de consumo semi e não duráveis (-0,1%) e bens de consumo duráveis (-1,4%).
“Na média móvel de 3 meses, o dado confirma estagnação na margem, com força concentrada em poucos setores, e reforça a leitura de atividade industrial em transição para um quadro estável no quarto trimestre”, avaliou Leonardo Costa, economista do ASA.
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