Censo 2022 aponta 391 etnias e 295 línguas; número de falantes aumentou, porém percentual diminuiu. Saiba mais!
O Brasil apresenta uma rica diversidade étnica e linguística, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2025. De acordo com o Censo Demográfico, o país possui 391 etnias e 295 línguas indígenas. O número de grupos étnicos cresceu 28% em relação aos 305 registrados em 2010, e o total de línguas identificadas aumentou de 274 para 295.
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As três etnias mais populosas são Tikúna (74.061 pessoas), Kokama (64.327) e Makuxí (53.446). Já as línguas mais faladas são Tikúna (51.978 falantes), Guarani Kaiowá (38.658) e Guajajara (29.212).
O estudo faz parte da publicação “Censo 2022: Etnias e línguas indígenas – Principais características sociodemográficas”, divulgada em evento no Instituto de Geociências da Unicamp (SP).
O número de falantes de línguas indígenas aumentou de 293,8 mil (2010) para 433,9 mil (2022), mas o percentual de indígenas que falam a língua nativa caiu de 37,3% para 28,5%. Dentro das Terras Indígenas, a proporção de falantes subiu de 57,3% para 63,2%, enquanto o percentual de não falantes de português aumentou de 28,9% para 31%.
Segundo a gerente de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE, Marta Antunes, o crescimento reflete “a valorização do pertencimento étnico” e a consolidação de processos de autoafirmação identitária. “Depois de anos de ocultação por causa do racismo, especialmente no contexto urbano, declarar a etnia passou a ser valorizado”, afirmou.
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O Censo mostra que São Paulo é o Estado com mais etnias (271), seguido de Amazonas (259) e Bahia (233). Em termos percentuais, os maiores aumentos ocorreram em Roraima, Tocantins e Mato Grosso do Sul.
Fora das capitais, os municípios com maior diversidade são Campinas (SP), Santarém (PA) e Iranduba (AM).
Entre as 29 etnias com mais de 10.000 pessoas, a Yanomami/Yanomán tem o maior percentual de habitantes em Terras Indígenas (94,3%), enquanto a Tupinambá registra o menor (1,2%).
O levantamento também mostra desigualdades em saneamento básico: entre os Tikúna, 74% não têm acesso a água encanada e 93% vivem sem rede de esgoto. O índice de domicílios sem coleta de lixo chega a 80% entre os Guarani Kaiowá.
Outra preocupação é o registro civil infantil. O IBGE aponta que 5,4% das crianças indígenas de até 5 anos não têm registro de nascimento — taxa 4,9 pontos percentuais acima da média nacional. Entre os Yanomami, 65,5% das crianças seguem sem registro.
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