Bartolomeu critica iniciativa, classificando legislação como “revisionismo histórico” e questiona a ausência de respeito às vítimas da ditadura militar. Leia no…
O governador Ibaneis Rocha (MDB) sancionou, na terça-feira (21.out.2025), a lei que institui o “Dia da Memória das Vítimas do Comunismo” no calendário oficial do Distrito Federal. A data escolhida para a celebração é o dia 4 de junho. A legislação visa promover reflexão sobre os danos causados por regimes ditatoriais baseados nessa ideologia ao longo da história.
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A iniciativa foi motivada pela necessidade de honrar as vítimas e evitar que eventos históricos semelhantes se repitam.
Em resposta à sanção da lei, Bartolomeu Rodrigues, chefe da Assessoria Institucional do governo, renunciou ao cargo nesta sexta-feira (24.out.2025). Rodrigues classificou a lei como um ato de “revisionismo histórico” e criticou a iniciativa por ignorar as vítimas da ditadura militar brasileira.
O projeto, de autoria do deputado distrital Thiago Manzoni (PL), foi aprovado com 16 votos favoráveis e 5 contrários na Câmara Legislativa do DF. Segundo Manzoni, o objetivo da iniciativa é “gerar reflexão na sociedade do Distrito Federal por todas as mortes causadas por regimes baseados nessa ideologia, de modo que, de nenhuma maneira, o Brasil seja alcançado por esse mal”.
O deputado argumentou que “debaixo do manto da busca pela igualdade social e pelo ‘fim da exploração econômica do capital sobre os trabalhadores’, diversos regimes ascenderam ao poder e proporcionaram verdadeiros massacres à sua população”.
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A escolha do dia 4 de junho faz referência ao episódio conhecido como “massacre da Praça da Paz Celestial”, quando o governo chinês reprimiu manifestações populares em 1989. Bartolomeu Rodrigues mencionou casos como o do jornalista Vladimir Herzog, assassinado nos porões do DOI-Codi, e de Honestino Guimarães, líder da Feub (Federação dos Estudantes Universitários de Brasília).
O ex-secretário declarou que continuará lutando pela revogação da norma mesmo depois de deixar o governo.
Em carta aberta divulgada nesta sexta-feira (24.out.2025), Bartolomeu classificou a lei como um ato de “revisionismo histórico” e criticou a iniciativa por ignorar vítimas da ditadura militar brasileira. Rodrigues afirmou que sua decisão representa “um imperativo ético ante a sanção de uma lei abjecta que institui uma data para celebrar a ‘memória das vítimas do comunismo’ no DF”.
Em sua carta, ele mencionou casos como o do jornalista Vladimir Herzog, assassinado nos porões do DOI-Codi, e de Honestino Guimarães, líder da Feub (Federação dos Estudantes Universitários de Brasília).
Bartolomeu Rodrigues afirmou que continuará lutando pela revogação da norma mesmo depois de deixar o governo. “Por isso deixo o governo, mas não a luta. Enquanto tiver voz, lutarei para que se revogue esta infame lei”, afirmou.
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