Shadow AI preocupa líderes brasileiros: estudo da SAP aponta uso não autorizado de IAs externas. 66% das empresas já usam, buscando eficiência
O rápido avanço da inteligência artificial (IA) nas empresas tem gerado um fenômeno preocupante: a “Shadow AI” ou IA paralela. Segundo um recente estudo global da SAP em parceria com a Oxford Economics, 8 em cada 10 líderes brasileiros expressam preocupação com o uso de ferramentas de IA externas, sem a aprovação formal da empresa e do departamento de TI.
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Essa tendência, impulsionada pela inteligência artificial generativa, representa um risco significativo para a segurança e a propriedade intelectual das organizações.
O estudo revelou que 66% das empresas brasileiras já utilizam a Shadow AI com frequência. A principal razão para esse comportamento não é a má fé, mas a busca por eficiência. Segundo Daniel Lázaro, líder de dados e IA da consultoria Accenture na América Latina, os funcionários estão utilizando essas ferramentas para otimizar suas tarefas, mesmo que isso signifique colocar dados confidenciais em plataformas públicas. “Ao fazer isso, eles estão inadvertidamente treinando modelos de IA que podem ser utilizados por concorrentes”, explica Lázaro.
Para lidar com a Shadow AI, o caminho recomendado não é a proibição, mas a educação e a criação de alternativas. “As empresas que tentarem apenas bloquear o acesso com firewalls perderão a guerra”, afirma Lázaro. Ele sugere que as companhias ofereçam um ambiente corporativo seguro, como um ChatGPT interno, e eduquem o time sobre os riscos e o impacto ético e de negócio do uso da Shadow AI. “Os funcionários precisam entender que colar uma estratégia confidencial em um chatbot público é diferente de usar um conversor de PDF online”.
Atualmente, 23% das tarefas corporativas no país já contam com algum tipo de suporte de IA, e a expectativa é que esse número suba para 40% até 2027. Além disso, quase sete em cada dez empresas (69%) afirmam que a tecnologia tem sido eficaz para solucionar os principais desafios de negócio.
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Os investimentos em IA no país chegam a US$ 14,2 milhões por ano, com retorno médio de 16% — igual à média global — e projeção de 31% em dois anos. “Quando a IA é integrada a dados de qualidade e fluxos de trabalho inteligentes, o retorno aparece de forma concreta e sustentável”, diz Rui Botelho, presidente da SAP Brasil.
Os investimentos das empresas brasileiras em IA devem avançar 36% nos próximos dois anos — ritmo próximo ao da Alemanha (37%) e do Reino Unido (40%).
Os agentes autônomos devem liderar a próxima etapa da inteligência artificial no Brasil. “É uma nova fase, em que a IA deixa de apenas apoiar processos para efetivamente impulsionar a transformação dos negócios”, completa Botelho.
A ascensão da Shadow AI representa um desafio para as empresas brasileiras, mas também uma oportunidade de inovação. Ao entender os riscos e criar um ambiente de uso responsável da IA, as organizações podem aproveitar o potencial da tecnologia para impulsionar o crescimento e a transformação digital.
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