IA detecta más-formações cerebrais em crianças com epilepsia
Doença ligada a anomalias cerebrais afeta 30% dos pacientes, segundo estudo.

Desenvolvimento de Inteligência Artificial Promete Novos Tratamentos para Epilepsia Infantil
Pesquisadores da Austrália anunciaram um avanço significativo no tratamento da epilepsia infantil. A equipe desenvolveu uma ferramenta de inteligência artificial (IA) capaz de identificar pequenas alterações cerebrais, muitas vezes não detectáveis em exames convencionais, em crianças com a condição.
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Essa tecnologia representa um potencial divisor de águas no acesso a cirurgias que podem mudar a vida de pacientes cuja epilepsia não responde aos medicamentos. A IA tem o poder de localizar lesões cerebrais, frequentemente pequenas e escondidas em dobras do cérebro, que podem ser a causa da epilepsia.
A Complexidade da Epilepsia Infantil
A epilepsia tem diversas causas, sendo que cerca de 30% dos casos estão relacionados a anomalias estruturais no cérebro. Muitas vezes, essas alterações não são identificadas em exames de ressonância magnética (IRM), especialmente quando são pequenas ou localizadas em áreas complexas do cérebro.
Essa dificuldade de diagnóstico pode levar à falta de acesso a cirurgias que podem ser eficazes no controle das crises epilépticas. A nova IA surge como uma ferramenta para superar essa barreira, permitindo a identificação precoce de lesões que podem ser tratadas cirurgicamente.
A Tecnologia Detetive da Epilepsia
A equipe, liderada pela neurologista pediátrica Emma Macdonald Laurs do Hospital Real Infantil de Melbourne, treinou a IA com imagens cerebrais de crianças. O objetivo era localizar lesões do tamanho de um mirtilo ou menores, que frequentemente passam despercebidas.
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“Frequentemente, essas lesões são consideradas não relevantes e muitas crianças não são consideradas candidatas para a cirurgia”, declarou Laurs durante a apresentação prévia do estudo, que será publicado na revista Epilepsia. A IA atua como um “detetive”, auxiliando na identificação rápida de casos em que a cirurgia pode ser indicada.
Resultados Promissores e Próximos Passos
Os testes da tecnologia, que analisou exames de ressonância e PET scan, alcançaram 94% de precisão em um grupo e 91% em outro. Em um grupo de 17 crianças avaliadas, 12 foram submetidas à cirurgia e 11 delas ficaram livres das crises.
O próximo passo é aplicar o sistema em ambientes hospitalares, com novos pacientes ainda não diagnosticados. A epilepsia afeta aproximadamente uma em cada 200 crianças, e um terço delas não responde a medicamentos. Essa inovação pode acelerar diagnósticos e oferecer alternativas para famílias que aguardam tratamentos mais eficazes.