Hotel aumentou preços em 80 vezes na COP30 e não registrou novas reservas
Revela distorções no setor hoteleiro de Belém e intensifica a crise de acomodação em antecipação à conferência climática.
A crise de hospedagem em Belém, cidade que receberá a COP30 em novembro, se intensificou nesta semana. Um hotel local, que alterou seu nome para “Hotel COP30”, elevou suas diárias até 80 vezes o valor usual, mas não conseguiu atrair clientes. A situação expõe o descompasso do setor hoteleiro em relação à conferência climática. Com uma expectativa de mais de 50 mil visitantes, os preços subiram, variando de R$ 1,8 mil a R$ 22 mil, questionando a capacidade da cidade de receber um evento de grande porte.
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O governo federal disponibilizou 26 mil leitos adicionais, por meio de navios de cruzeiro e outras instalações, mas apenas um quarto das delegações internacionais tem hospedagem assegurada. Um estudo aponta que 78% das representações diplomáticas identificam os preços como principal obstáculo para confirmar a presença.
A situação preocupa porque ameaça a inclusão e a representatividade da conferência. ONGs, povos indígenas e países mais pobres, historicamente os que mais sofrem os impactos da crise climática, correm o risco de ficarem de fora justamente do maior espaço de negociação ambiental do planeta. A repercussão já ultrapassou as fronteiras. A ONU convocou uma reunião emergencial para tratar do tema, e parte da comunidade internacional pediu que o Brasil considerasse alternativas. O governo, contudo, descarta a hipótese de mudança de sede e insiste que não há “plano B”. O episódio do hotel que tentou lucrar de forma desproporcional — e acabou sem clientes —, é um retrato claro do desafio que Belém enfrenta: como equilibrar hospitalidade, preços justos e organização em um momento em que o mundo estará de olhos voltados para a Amazônia.
Fonte por: Jovem Pan
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