Hérnia Inguinal: Entenda a Condição e Seus Sinais
A hérnia inguinal é um problema cirúrgico frequente no sistema digestivo. Embora muitas vezes se desenvolva gradualmente, sem causar sintomas evidentes no início, é crucial buscar atenção médica assim que surgirem os primeiros sinais. A condição ocorre quando uma porção do conteúdo abdominal – geralmente gordura ou uma alça do intestino – passa por uma área de fraqueza na musculatura da virilha, formando um abaulamento visível ou palpável.
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Esse volume tende a se tornar mais proeminente com atividades físicas intensas, tosse ou períodos prolongados em posição vertical, mas geralmente retorna ao normal ao deitar.
A hérnia inguinal é mais comum em homens, devido às características anatômicas da região. A formação da hérnia está relacionada ao enfraquecimento da parede abdominal, frequentemente associado ao aumento da pressão interna do abdômen. Existem dois tipos principais: a hérnia inguinal indireta, que pode surgir na infância ou em adultos jovens, e a hérnia inguinal direta, adquirida ao longo da vida, mais comum em homens adultos e idosos, devido ao desgaste natural da musculatura da virilha.
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Diversos fatores podem aumentar o risco de desenvolver uma hérnia inguinal, incluindo esforço físico repetitivo, constipação intestinal crônica, tosse persistente, obesidade, tabagismo e histórico familiar. Todos esses elementos contribuem para elevar a pressão abdominal e facilitar o surgimento da hérnia.
Os sinais que merecem atenção incluem o aparecimento de um caroço na virilha, que pode ou não causar dor. Em muitos casos, há apenas desconforto local, sensação de peso ou ardência após esforço físico. Com a progressão do quadro, a dor pode se tornar mais frequente e limitar as atividades diárias.
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Em situações graves, a hérnia pode ficar presa (encarcerada) ou ter sua circulação comprometida (estrangulada). Nesses casos, surge dor intensa e súbita, endurecimento do abaulamento, náuseas, vômitos, febre e risco de complicações graves. O estrangulamento da hérnia é uma emergência cirúrgica e exige atendimento imediato.
O diagnóstico geralmente é clínico, baseado no exame físico realizado pelo médico, tanto em pé quanto deitado, avaliando a região da virilha durante manobras de esforço. Quando há dúvida, exames de imagem podem auxiliar, como a ultrassonografia, muito utilizada, ou a tomografia computadorizada e a ressonância magnética, indicadas em casos específicos ou mais complexos.
A cirurgia é o único tratamento definitivo da hérnia inguinal. Não existem medicamentos, exercícios ou dispositivos externos capazes de corrigir o defeito da parede abdominal. Atualmente, a maioria dos casos é tratada por técnicas minimamente invasivas, como a laparoscopia ou a cirurgia robótica, que costumam proporcionar recuperação mais rápida.
A cirurgia aberta tradicional ainda tem indicação em algumas situações específicas.
Em pacientes com hérnias pequenas e assintomáticas, pode-se optar inicialmente por acompanhamento clínico, estratégia conhecida como vigilância ativa. No entanto, estudos mostram que a maioria desses pacientes acaba necessitando de cirurgia ao longo dos anos, seja pela progressão dos sintomas ou pelo risco de complicações.
A hérnia inguinal é comum e, na maioria das vezes, de evolução lenta, mas não deve ser negligenciada. O diagnóstico é simples, o tratamento cirúrgico é seguro e os resultados costumam ser excelentes quando a intervenção ocorre no momento adequado.
Percebeu um abaulamento na virilha ou sente desconforto ao fazer esforço? A avaliação médica precoce é fundamental para definir a melhor conduta e evitar complicações, garantindo mais segurança e qualidade de vida.
Dr. Antonio Couceiro Lopes (CRM/SP 100.656 | RQE 26.013) é cirurgião do aparelho digestivo e membro da Brazil Health.