Uma transição silenciosa, porém com impacto direto nos custos, na eficiência operacional e, principalmente, nas metas de sustentabilidade das empresas, está em curso. O uso de equipamentos movidos a combustão começa a perder espaço para equipamentos elétricos, impulsionado pelas exigências ESG (Ambiental, Social e Governança).
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Nesse cenário, a Heli Brasil, divisão do Grupo KMR e revendedora exclusiva da marca chinesa Heli, uma das sete maiores fabricantes de empilhadeiras do mundo, se destaca.
A companhia projeta faturar 1 bilhão de reais em 2026, unicamente com a venda de modelos elétricos. Essa projeção é resultado de uma estratégia que combina capilaridade nacional, inovação tecnológica e foco em energia limpa. Atualmente, os equipamentos elétricos representam 71% das vendas da empresa no país, com expectativa de crescimento de 15% na demanda até 2026, impulsionada por setores como logística portuária, centros de distribuição e indústrias com metas ambientais.
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A fundadora do grupo, Kelly Rech, conheceu a marca Heli em uma feira e percebeu o potencial de mercado no Brasil. “Foi amor à primeira vista”, relata. “Percebi que praticamente tudo passa por uma empilhadeira — desde a prateleira do supermercado, até um container que chegou no porto”.
A partir desse momento, a empresária começou a trabalhar para trazer o produto para o Brasil.
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“O meu maior desafio nesse negócio foi poder mostrar produtos chineses e mostrar que eles tinham qualidade”, diz Kelly. Ela estruturou um modelo de operação com foco no pós-venda, observando que esse era um dos principais gargalos do setor na época. “Qualquer máquina vai quebrar.
A diferença é em quanto tempo você conserta”, afirma.
O “cuidado pós-venda”, como Kelly chama, virou a base da estratégia do grupo: são mais de 150 distribuidores com estoque de peças próprias distribuídos pelo país, o que garante capilaridade nacional. A abrangência nacional ajudou o grupo a crescer no mercado brasileiro de empilhadeiras elétricas.
Hoje, a Heli Brasil é o maior cliente da marca na América Latina e opera com um portfólio de mais de 1.700 modelos, entre equipamentos elétricos, a combustão e rebocadores.
A projeção do grupo é que, até 2029, 100% das empilhadeiras vendidas no país sejam elétricas. Além dos modelos elétricos com bateria de lítio, que possuem autonomia de seis horas e recarga completa em até duas horas, a empresa também começou a investir em tecnologias de médio prazo, como empilhadeiras movidas a célula de hidrogênio (fuel cell), tecnologia que ainda dá os primeiros passos no Brasil.
O avanço da sustentabilidade nas cadeias logísticas tem ajudado a acelerar as vendas, mas o grupo também aplica os princípios ESG internamente. A companhia oferece diversos benefícios de saúde, estudo e flexibilidade para os funcionários. A ideia é que a transformação não se limite ao produto, mas ao modelo de gestão como um todo. “Desde a fundação, a gente sempre teve um olhar humano, uma cultura muito forte de valores, e um olhar para o colaborador, para entender suas dores, seus limites e seus potenciais, mas sem perder o foco no resultado”, contou Kelly Rech. A visão de longo prazo inclui também inovação. A empresa apresentou seus principais modelos na Intermodal 2025, maior feira do setor na América Latina, e pretende continuar antecipando tendências globais.
