Negociações Indiretas entre Hamas e Israel Buscam Acordo para Encerrar Guerra em Gaza
O Hamas afirmou nesta quarta-feira (8) que o “otimismo” prevalece nas negociações indiretas com Israel realizadas no Egito, em busca de um acordo que encerre a guerra na Faixa de Gaza. As conversas ocorrem na cidade turística de Sharm el-Sheikh, com a mediação de Estados Unidos, Catar e Turquia.
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Taher al Nunu, um dos principais porta-vozes do movimento islamista palestino, disse que o Hamas apresentou “listas de prisioneiros a serem soltos” a Israel, como parte de uma proposta de troca de reféns mantidos em Gaza por palestinos detidos em prisões israelenses.
Plano de 20 Pontos e Desafios
Os diálogos têm como base um plano de 20 pontos anunciado em setembro pelo presidente americano, Donald Trump. O documento prevê cessar-fogo, retirada gradual das tropas israelenses do enclave, libertaçãode reféns e o desarmamento do Hamas. “Os mediadores estão fazendo grandes esforços para remover todos os obstáculos à implementação das diferentes etapas do cessar-fogo, e o otimismo prevalece entre todos os participantes”, declarou Al Nunu.
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Participantes e Desacordos
O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, afirmou que os representantes americanos chegaram “com uma vontade firme, uma mensagem forte e um mandato claro do presidente Trump para acabar com a guerra”. O magnata republicano também disse na véspera que há uma “oportunidade real” para um acordo. Entre os presentes às negociações estão o enviado de Trump, Steve Witkoff, e seu genro, Jared Kushner. O Catar enviou seu primeiro-ministro, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, e a Turquia participa com uma delegação liderada pelo chefe de inteligência Ibrahim Kalin.
Apesar dos avanços diplomáticos, pontos cruciais permanecem sem consenso. O Hamas aceita libertar os reféns em troca do fim da ofensiva e da retirada total de Israel de Gaza, mas não menciona o desarmamento – uma das exigências centrais de Tel-Aviv. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, apoia o plano de Trump, mas insiste que o exército deve permanecer na maior parte do território e que o Hamas precisa ser desarmado.
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Impacto da Conflito e Crise Humanitária
Nesta quarta-feira, o ministro israelense de direita Itamar Ben Gvir visitou a Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, provocando forte reação do Hamas e de países árabes. “Rezo para que o primeiro-ministro permita uma vitória total em Gaza e destrua o Hamas”, disse Ben Gvir. Dois anos após o ataque do Hamas que desencadeou o conflito, em 7 de outubro de 2023, a guerra já deixou 1.219 mortos em Israel e mais de 67 mil palestinos mortos em Gaza, segundo balanços oficiais. A ONU alerta para uma crise humanitária sem precedentes e afirmou que partes do território vivem em “estado de fome extrema”.
Enquanto mediadores tentam viabilizar o cessar-fogo, o principal negociador do Hamas, Khalil al Hayya, declarou que o grupo busca “garantias de que a guerra terminará de uma vez por todas”.
