O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez um apelo para que os Estados Unidos não utilizem a economia “como mecanismo de guerra ideológica” contra o Brasil, em um momento de crescentes tensões diplomáticas entre os dois países. A declaração de Haddad sublinha a preocupação do governo brasileiro com a instrumentalização de medidas econômicas em disputas de cunho político. “Todo o objetivo do governo brasileiro tem sido esse de sensibilizar as autoridades americanas para não confundir as coisas, né? E nem usar a economia – ou seja, o dólar, a tarifa, seja o que for – como mecanismo de guerra ideológica”, afirmou Haddad.
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A declaração do ministro condiz com a posição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que publicou um artigo no jornal The New York Times, no domingo (14), discutindo a imposição de tarifas adicionais de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos. Lula considerou as taxas como “não apenas equivocadas, mas também ilógicas” e “infundadas” economicamente, justificando sua origem por interesses políticos da Casa Branca. De acordo com o presidente, as medidas buscam proteger o ex-presidente Jair Bolsonaro, que foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.
O governo dos Estados Unidos, por sua vez, tem intensificado as ameaças de sanções ao Brasil, alegando perseguição política contra Bolsonaro. Na segunda-feira (15), o secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmou que seu governo tomará novas medidas contra o Brasil em decorrência da condenação do ex-presidente. Rubio criticou a decisão do STF como um “acontecimento sombrio” e “mais um capítulo de uma crescente campanha de opressão judicial”, sem mencionar nomes, mas fazendo referência a “juízes ativistas” e “reivindicações extraterritoriais”.
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Lula, em seu artigo, defendeu a decisão histórica do STF, afirmando que ela protege as instituições e o Estado democrático de direito, e que o julgamento foi conduzido de acordo com a Constituição. Ele também rebateu outras acusações de Washington, como a de que a regulação das redes sociais no Brasil visa censurar a liberdade de expressão, classificando o argumento como “desonesto” e destacando a busca por proteção contra fraudes, desinformação e discurso de ódio.
Ademais, Lula defendeu o Pix, que é objeto de investigação comercial daUSTR (Escritório do Representante de Comércio dos EUA), e as políticas ambientais brasileiras. As tensões resultaram em medidas como a revogação de vistos de ministros do STF e a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, responsável pelos processos contra Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal.
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Fonte por: Jovem Pan
