Em uma declaração feita na terça-feira, 30 de dezembro de 2025, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, expressou sua preocupação com um ataque ocorrido em Maracaibo, Venezuela. O ataque, atribuído ao governo dos Estados Unidos, visava uma instalação ligada à produção de drogas, próxima à fronteira com a Colômbia e com acesso ao mar.
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Petro questionou a eficácia e a legitimidade da ação, levantando dúvidas sobre seus objetivos.
Divergências sobre o Tipo de Drogas
O presidente colombiano esclareceu que os ataques com mísseis contra embarcações e estruturas associadas ao tráfico têm, em diversos casos, atingido cargas de cannabis, e não de cocaína. Ele destacou uma discrepância entre a legalização da maconha em várias partes dos Estados Unidos e sua proibição na Colômbia, uma situação que, segundo ele, “tirou a vida de muitos lancheros humildes e não de nenhum consumidor norte-americano ou do mundo”.
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Fluxo de Cocaína e Rotas de Transporte
Petro argumentou que o fluxo de cocaína destinado à Europa ocorre principalmente por meio de submarinos e contêineres, e não por lanchas rápidas. Ele enfatizou que a substituição de cultivos ilícitos é uma prioridade, dada a expansão da produção de folha de coca na América Latina e o aumento da demanda na Europa, o que tem levado a uma queda nos preços da cocaína.
Envolvimento do ELN e Tensão Diplomática
O presidente colombiano relacionou a dinâmica do narcotráfico à atuação do ELN (Exército de Libertação Nacional), a quem atribuiu a responsabilidade por permitir a infiltração de grupos armados na fronteira com a Venezuela. Ele também expressou preocupação com a possibilidade de a instalação em Maracaibo ser utilizada para a transformação de pasta de coca em cocaína, devido à sua localização próxima ao mar.
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Refutação de Acusações e Diálogo com Maduro
Petro rebateu acusações feitas pelo presidente dos Estados Unidos, que sugeriam vínculos entre ele e o governo Maduro. Ele afirmou que não há provas de narcotráfico envolvendo o líder venezuelano e que investigações norte-americanas já haviam constatado que ele e seus familiares não possuem bens fora da Colômbia.
Ele mencionou uma reportagem do New York Times que, segundo ele, não encontrou evidências contra sua pessoa.
Continuação da Política de Substituição de Cultivos
O presidente colombiano declarou que sua última conversa telefônica com Maduro tratou de ações conjuntas contra o ELN na fronteira e reiterou seu compromisso com a defesa de uma política de substituição de cultivos e busca pela paz, mesmo diante do aumento da tensão diplomática provocado pelo ataque atribuído aos Estados Unidos.
