Governo Trump acusa empresas como Tyson Foods e JBS USA de elevar artificialmente o preço da carne bovina nos EUA. Investigação é pedida ao DOJ.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, solicitou ao Departamento de Justiça (DOJ) que inicie uma investigação sobre empresas do setor frigorífico, acusando-as de elevar artificialmente o preço da carne bovina. A solicitação, feita através da plataforma Truth Social, alega práticas como conluio ilícito, fixação de preços e manipulação de preços.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O governo não mencionou nomes específicos de empresas envolvidas.
A iniciativa se insere em uma discussão sobre a concentração do mercado de processamento de carne bovina nos EUA e seus impactos nos preços, produtores e consumidores. Dados do Departamento de Agricultura (USDA) indicam uma redução no rebanho nacional, atingindo o menor nível desde 1951, devido à seca no cinturão pecuário e ao aumento dos custos de alimentação.
O governo Trump tem repetido, desde outubro, que grandes grupos frigoríficos, incluindo nomes como Tyson Foods, Cargill, JBS USA e National Beef, estariam explorando a escassez de oferta para aumentar suas margens de lucro. A acusação de manipulação de preços e conluio, que viola as leis antitruste americanas, é a base do pedido de investigação ao DOJ.
A relação entre a Casa Branca e o setor frigorífico já foi marcada por conflitos semelhantes. Em 2020, durante seu primeiro mandato, Trump ordenou uma apuração sobre “disparidades entre o preço pago ao produtor e o preço cobrado no varejo”.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A investigação não resultou em punições, mas evidenciou a forte concentração de mercado, com quatro empresas controlando mais de 80% do abate de gado nos Estados Unidos.
O governo já havia adotado medidas para conter a alta dos preços, como o aumento da cota de importação de carne argentina e o incentivo à reativação de plantas frigoríficas regionais, além de subsídios para pequenas operações de abate. No entanto, essas ações não produziram resultados imediatos, com a carne bovina ainda sendo um dos produtos que mais pressiona a inflação de alimentos nos EUA.
A solicitação de investigação ocorre em meio à corrida presidencial de 2026. Trump tem utilizado a questão da alta dos alimentos como ferramenta de campanha, associando-a à “ganância corporativa” e à falta de fiscalização. Essa retórica remete à política de “America First” que marcou seu primeiro governo, com foco em proteger produtores rurais e consumidores americanos.
Caso o DOJ confirme o inquérito, as maiores processadoras de carne dos EUA podem ser afetadas, com possíveis multas, restrições a contratos e revisões de fusões anteriores. Também se espera reações políticas, considerando que algumas empresas possuem capital estrangeiro, o que pode gerar tensões comerciais com países exportadores, como Brasil e Canadá.
Os Estados Unidos são o segundo maior produtor e exportador de carne bovina do mundo. Qualquer mudança regulatória ou sanção sobre suas indústrias pode alterar fluxos de exportação e preços internacionais. O episódio é acompanhado de perto pelo Brasil, maior exportador global de carne bovina.
Um eventual recuo da oferta americana poderia valorizar a carne brasileira nos mercados premium e abrir espaço para novos contratos.
Autor(a):
Responsável pela produção, revisão e publicação de matérias jornalísticas no portal, com foco em qualidade editorial, veracidade das informações e atualizações em tempo real.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Fique por dentro das últimas notícias em tempo real!