Governo autoriza transferência de presos do CV após operação de sucesso no Rio de Janeiro.
O governo federal determinou nesta terça-feira, 28 de outubro de 2025, a transferência de 10 presos do Comando Vermelho, que estavam detidos em penitenciárias do Rio de Janeiro, para unidades federais. A decisão foi tomada em reunião de emergência no Palácio do Planalto, após uma ocorrência que resultou em 64 mortes e 81 prisões.
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A transferência representa o primeiro ato do governo de Cláudio Castro (PL) em relação à operação.
O pedido de transferência foi feito ao ministro Rui Costa (Casa Civil), que consultou o Ministério da Justiça e Segurança Pública. A lista de presos a serem transferidos inclui Wagner Teixeira Carlos (Waguinho de Cabo Frio); Rian Maurício Tavares Mota (Da Marinha); Roberto de Souza Brito (Irmão Metralha); Arnaldo da Silva Dias (Naldinho); Alexander de Jesus Carlos (Choque/Coroa); Leonardo Farinazzo Pampuri (Léo Barrão); Marco Antônio Pereira Firmino (My Thor); Fabrício de Melo de Jesus (Bichinho); Carlos Vinícius Lirio da Silva (Cabeça do Sabão); Eliezer Miranda Joaquim (Criam).
A possibilidade de aumento no número de detentos a serem transferidos foi levantada. A reunião de emergência contou com a presença do presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), além dos ministros Rui Costa, Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Macaé Evaristo (Direitos Humanos), Sidônio Palmeira (Secom) e Jorge Messias (AGU), e do secretário-executivo do Ministério da Justiça, Manoel Carlos de Almeida Neto.
O ministro Ricardo Lewandowski (Advocacia-Geral da União) e o ministro da Justiça também participaram da reunião.
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A expectativa é que Lewandowski e o ministro da Justiça se reúnam na quarta-feira, 29 de outubro, para discutir a situação com o governo estadual e definir as próximas ações. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estava em viagem à Ásia e retorna a Brasília na noite de quarta-feira para se reunir com os ministros presentes na reunião e debater a estratégia do governo federal.
O Planalto negou que tenha recebido pedidos do governo fluminense relacionados à operação no Rio e contradisse as declarações de Castro. O governador não ofereceu suporte a operações de segurança no Estado, afirmando ter feito três pedidos de blindados que foram negados.
O ministro Lewandowski declarou que não recebeu pedidos, “nem ontem nem hoje”, classificando a ação como “bastante cruenta” e enfatizando que o “combate à criminalidade se faz com planejamento, inteligência e coordenação”.
O Ministério da Defesa informou que o pedido de blindados feito por Castro em janeiro foi apenas com decreto presidencial. A AGU emitiu parecer em fevereiro indicando que a cessão de equipamentos militares para operações de segurança pública iria além dos “limites de atuação das Forças Armadas”.
O Planalto defende ações de planejamento integrado entre as polícias, Polícia Federal, Exército e Ministério da Justiça, com troca de informações de inteligência.
Diante da operação no Rio, o governo federal voltou a pedir agilidade em medidas consideradas prioritárias. A principal delas é a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Segurança Pública, que está parada na Câmara dos Deputados. Sobre o PL Antifacção, a AGU (Advocacia-Geral da União) decidiu que o projeto, que endurece penas para organizações criminosas, foi apresentado por Lewandowski na semana passada, mas ainda não havia chegado à Casa Civil até a reunião de emergência no Planalto.
O presidente da Câmara dos Deputados (Republicanos-PB), já garantiu que o projeto será analisado assim que chegar.
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