Governo francês critica proibição de visto para Breton e ativistas europeus. EUA acusam Ato de Serviços Digitais de censura. Tensão diplomática aumenta.
O governo francês manifestou sua forte discordância com a recente imposição de proibições de visto pelos Estados Unidos, direcionadas a Thierry Breton, ex-ministro e comissário europeu, e a outros quatro ativistas europeus. A medida, anunciada na terça-feira (23 de dezembro de 2025), foi criticada por considerar a imposição de restrições de viagem como uma tentativa de censura e uma escalada nas tensões diplomáticas entre os dois lados do Atlântico.
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O Ato de Serviços Digitais, impulsionado por Breton durante seu mandato de 2019 a 2024, visa regular as principais empresas de tecnologia norte-americanas. Autoridades europeias argumentam que o ato garante que leis sobre ilegalidade online também se apliquem ao ambiente digital, promovendo a igualdade e a proteção dos cidadãos.
De acordo com o governo francês, o Ato de Serviços Digitais não possui alcance extraterritorial e não tem impacto direto nos Estados Unidos.
O ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Noël Barrot, em comunicado, condenou veementemente a restrição de vistos. O comunicado enfatizou que o Ato de Serviços Digitais foi adotado democraticamente na Europa, com o objetivo de garantir que ações ilegais offline também sejam consideradas ilegais online.
Thierry Séjourne, vice-presidente executivo da Comissão Europeia, também se manifestou, defendendo o Ato de Serviços Digitais e expressando solidariedade com Breton e os demais europeus afetados pela decisão.
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A proibição de visto imposta pelos Estados Unidos afetou também Elon Musk, CEO e fundador do Centro de Combate ao Ódio Digital, e a diretora da HateAid, além de uma cofundadora do The Global Disinformation Index. A situação levanta preocupações sobre a liberdade de expressão e a influência de decisões governamentais na regulamentação da internet.
Breton, em suas declarações, criticou a proibição de visto, questionando se a situação representa uma “caça às bruxas” e ressaltando o apoio unânime do Parlamento Europeu e dos 27 Estados membros ao Ato de Serviços Digitais, enfatizando que a censura não está onde os Estados Unidos pensam.
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