Lei de 2024 institui alíquota de 20% em importações internacionais de até US$ 50 via e-commerce.
Um estudo da LCA Consultores, realizado após mais de um ano da implementação da chamada ‘taxa das blusinhas’, não encontrou evidências mensuráveis de impacto na geração de empregos. A taxação de importações de produtos de baixo valor (até US$ 50) foi introduzida em resposta à pressão do varejo e da indústria nacional, com o objetivo de proteger empregos no país.
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Além do imposto de importação (II), os Estados também cobram o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre essas remessas internacionais, com alíquotas que variam entre 17% e 20%. O estudo da LCA aponta que a queda na arrecadação de ICMS teve um impacto mais significativo nas finanças estaduais do que o aumento no recolhimento de imposto de importação nas finanças federais.
A arrecadação federal aumentou R$ 265 milhões por mês (0,08% do total), enquanto os Estados deixaram de arrecadar até R$ 258 milhões por mês. Dados do Ministério do Trabalho indicam que, nos 12 meses seguintes à introdução da taxa, o crescimento do emprego em setores do varejo e da indústria favorecidos com a taxação da importação de baixo valor se manteve no patamar verificado nos 12 meses anteriores.
Análises estatísticas revelaram que, nesses setores, nos 12 meses posteriores à ‘taxa das blusinhas’, o crescimento foi de 0,97% no comércio varejista beneficiado e 0,97% nas indústrias beneficiadas, contra 3,04% na média nacional.
Eric Brasil, diretor da LCA Consultores, defende um modelo alternativo: “O modelo mais eficiente é aquele adotado por países desenvolvidos e de renda média: a isenção do imposto de importação para pequenas remessas, combinada à cobrança do imposto de consumo de forma isonômica em relação à produção nacional”.
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Esse modelo, chamado de ‘de minimis’, é adotado por mais de 90 países.
A reforma tributária em curso também aponta nessa direção, ao propor um IVA (Imposto sobre Valor Agregado) unificado e equilibrado entre setores e regiões. A equipe técnica responsável considerou que se trata de uma tributação regressiva, pois atinge com maior intensidade as classes C, D e E.
André Porto, diretor-executivo da Amobitec (Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia), ressalta a importância de um diálogo aberto com os setores envolvidos para fortalecer a indústria nacional, sem medidas restritivas e mal calibradas que prejudiquem o comércio eletrônico brasileiro.
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