Intoxicações por Metanol: Ações do Ministério da Saúde e Prevenção

O Ministério da Saúde instituiu a “Sala de Situação Nacional – Intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica”, uma iniciativa colegiada e temporária, para monitorar e coordenar a resposta a casos de intoxicação por metanol no Brasil. A instituição da Sala, publicada no DOU em 6 de outubro de 2025, visa o monitoramento contínuo e a resposta coordenada a esse problema crescente.

A coordenação da Sala será exercida pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério, por meio do Departamento de Emergências em Saúde Pública. As atribuições incluem o monitoramento e análise contínua dos casos suspeitos e confirmados de intoxicação por metanol notificados ao Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs). Além disso, a Sala fornecerá apoio técnico aos gestores estaduais e municipais do SUS, auxiliando na investigação de surtos e na adoção de medidas de prevenção, controle e manejo clínico, incluindo orientações sobre o uso de antídotos. O órgão também consolidará os dados sobre os casos, servindo de base para a tomada de decisões e ações de comunicação.

Atualmente, o Brasil registra 225 casos de intoxicação por metanol por ingestão de bebida alcoólica, com 16 casos confirmados e 209 em investigação. Para combater essa situação, o Ministério da Saúde adquiriu 2.500 unidades de fomepizol, medicamento utilizado como antídoto, em parceria com a Organização Panamericana de Saúde, e 12.000 novas ampolas de etanol farmacêutico, provenientes de empresas brasileiras, complementando as 4.300 já adquiridas. Os casos de intoxicação foram concentrados principalmente na Zona Sul de São Paulo e em São Bernardo do Campo (SP), envolvendo o consumo de bebidas como gim, vodca e uísque em bares e festas.

O metanol, também conhecido como álcool metílico, é uma substância química altamente tóxica, volátil e inflamável. Sua produção industrial é vasta, sendo utilizado na fabricação de formaldeído, ácido acético, resinas, solventes e tintas. Também está presente em anticongelantes, limpa-vidros e removedores de tinta, além de ser utilizado na produção de biodiesel. A ingestão, inalação ou contato prolongado com o metanol pode provocar sintomas imediatos, como náusea, tontura, vômito e depressão do sistema nervoso central.

Para prevenir intoxicações, recomenda-se verificar a procedência das bebidas compradas, desconfiar de preços muito abaixo do mercado e não consumir produtos sem registro oficial. A fiscalização rigorosa de órgãos governamentais e as análises laboratoriais periódicas são essenciais para identificar contaminantes, garantir a qualidade dos produtos e conscientizar a população sobre os riscos do consumo de bebidas adulteradas.

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