O governo chinês divulgou nesta quarta-feira, 10 de dezembro de 2025, o “3º Documento sobre a Política da China para com a América Latina e o Caribe”. O documento visa estabelecer um roteiro para as relações diplomáticas e econômicas entre a China e a região.
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A versão completa está disponível em formato PDF (275 kB) em inglês.
Consolidação de Acordos e Nova Linha de Crédito
Este é o terceiro documento do tipo assinado entre a China e os países latino-americanos e caribenhos, seguindo edições publicadas em 2008 e 2016. O governo chinês planeja investir US$ 9,3 bilhões na região durante este ciclo. O documento consolida acordos firmados na 4ª Reunião Ministerial do Fórum China-CELAC, realizada em Pequim em maio deste ano, onde o Presidente (PT) participou presencialmente e teve uma reunião bilateral com Xi Jinping (Partido Comunista da China).
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Principais Pontos do Documento
O documento aborda diversas áreas de cooperação. No âmbito financeiro, propõe a aproximação de instituições financeiras chinesas e da região, além da expansão da liquidação transfronteiriça em moedas locais e a introdução de um sistema de compensação baseado no yuan. No setor de infraestrutura, a China busca apoiar empresas e instituições financeiras chinesas na participação em projetos de construção e planejamento, com foco em energia renovável, transporte inteligente e cidades inteligentes.
Além disso, o documento visa estimular o intercâmbio de visitas de políticos da região para conhecer a governança chinesa, a negociação de acordos bilaterais em áreas como rádio, filme e televisão, e o apoio à cooperação entre think tanks de ambos os lados. Uma área de foco é a cooperação em segurança, incluindo a integração dos países latino-americanos e caribenhos à Iniciativa para Segurança Global (ISG), além de intercâmbios militares, treinamentos contra terrorismo e assistência humanitária. A China também busca auxiliar os países da região na construção de um espaço cibernético pacífico e cooperativo.
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Rejeição à Influência Externa
O lançamento do documento foi conduzido pelo ministro assistente dos Negócios Estrangeiros da China, Cai Wei. Em seu discurso, Wei enfatizou que as intenções chinesas na região são de “benefício mútuo e ganhos compartilhados, sem cálculos políticos”. Wei rejeitou a ideia de que a China estaria tentando “forçar os países latino-americanos a escolherem lados”, uma retórica que, segundo ele, se assemelha à política adotada por certos países, incluindo os Estados Unidos.
A declaração de Wei reflete uma posição em oposição à política conduzida pelos Estados Unidos em relação à América Latina e Caribe, especialmente no contexto de uma disputa comercial entre China e EUA no primeiro semestre deste ano. O Presidente norte-americano (Partido Republicano) havia sugerido que os países latino-americanos poderiam precisar escolher parceiros comerciais em determinadas circunstâncias.
