Governo busca soluções para crise do metanol em reunião urgente
Alexandre Fustini e Ministério da Justiça marcam encontro na 3ª feira (7.out) com a Secretaria Nacional do Consumidor.

Ministério da Justiça e Segurança Pública se Reúne para Combater Intoxicações por Metanol
O Ministério da Justiça e da Segurança Pública promoverá uma reunião na terça-feira, 7 de outubro de 2025, reunindo associações da indústria de bebidas alcoólicas, destiladas e entidades de combate à falsificação. O objetivo central é analisar o aumento recente de casos de intoxicação por metanol após o consumo de bebidas, um problema que tem gerado preocupação no setor.
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De acordo com a coluna “Painel” do jornal Folha de S. Paulo, o setor produtivo está apreensivo com a decisão de algumas prefeituras de proibir a venda de bebidas alcoólicas, medida adotada para conter a crise. O secretário nacional da Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), Paulo Henrique Pereira, destacou a importância de ouvir o mercado e sua capacidade de contribuir no combate à falsificação, além de receber informações sobre as queixas dos consumidores. Ele classificou o momento como “difícil para o mercado legal” de bebidas alcoólicas.
A participação no encontro será assegurada pela Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD), Confederação Nacional da Indústria (CNI), Fórum Nacional contra a Pirataria e Ilegalidade (FNCP) e Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF). O Brasil registra, atualmente, 225 registros de intoxicação por metanol, com 16 casos confirmados e 209 em investigação, conforme dados do Ministério da Saúde.
Para mitigar os efeitos da intoxicação, o ministro Alexandre Padilha (PT) anunciou a compra de 2.500 unidades de fomepizol, medicamento utilizado como antídoto ao metanol, através da Organização Panamericana de Saúde, com fornecimento do Japão. Além disso, foi realizada a aquisição de 12.000 novas ampolas do etanol farmacêutico, provenientes de empresas brasileiras, somando-se às 4.300 já adquiridas para formar um “estoque estratégico” nos centros de saúde. Os casos de intoxicação foram concentrados principalmente na Zona Sul de São Paulo e em São Bernardo do Campo, envolvendo o consumo de bebidas como gim, vodca e uísque em bares, festas ou em residências.
O metanol, também conhecido como álcool metílico, é uma substância química altamente tóxica, volátil e inflamável. É utilizado na produção de formaldeído, ácido acético, resinas, solventes e tintas, além de estar presente em anticongelantes, limpa-vidros e removedores de tinta. Em termos de prevenção, recomenda-se verificar a procedência das bebidas, desconfiar de preços abaixo do mercado e consumir produtos com registro oficial. A fiscalização rigorosa de órgãos governamentais e as análises laboratoriais periódicas são essenciais para identificar contaminantes, garantir a qualidade dos produtos e conscientizar a população sobre os riscos do consumo de bebidas adulteradas. Em caso de suspeita de ingestão ou contato prolongado com o metanol, é crucial encaminhar a pessoa com urgência para o hospital, pois o diagnóstico precoce e o tratamento imediato são fundamentais para reduzir o risco de morte ou de sequelas graves. O tratamento envolve a administração intravenosa de fomepizol, que inibe o metabolismo do metanol, e, em alguns casos, a lavagem gástrica e a hemodiálise.
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