Governador do Tocantins afastado do cargo após operação da PF sobre esquema de fraude em cestas básicas
Apuração indica prejuízo superior a 73 milhões de reais ao erário público em esquema de desvio de recursos.

A operação da Polícia Federal (PF) que investiga desvio de recursos públicos em Tocantins resultou no afastamento do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) por 180 dias. A primeira-dama, Karynne Sotero Campos, Secretária Extraordinária de Participações Sociais, também foi afastada de suas funções.
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A decisão, emitida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), é uma consequência da Operação Fames-19, conduzida pela Polícia Federal, que apura um esquema de desvio de recursos públicos destinados à compra de cestas básicas durante a pandemia de Covid-19. O prejuízo estimado aos cofres públicos excede a marca de R$ 73 milhões.
Cerca de 200 agentes executaram 51 mandados de busca e apreensão em várias cidades, incluindo Palmas e Araguaína, no Tocantins, além de locais nos Distrito Federal, Maranhão e Paraíba.
Investigações em sigilo no STJ indicam um esquema de corrupção entre 2020 e 2021. Os envolvidos teriam se beneficiado do estado de emergência para fraudar contratos de grande valor sem a licitação adequada.
Durante o período, a Secretaria de Trabalho e Emprego (Setas) firmou contratos que totalizam mais de R$ 97 milhões para a compra de 1,6 milhão de cestas básicas e frangos congelados. Há suspeita de que uma parcela considerável desses alimentos não tenha sido entregue à população, mesmo com os pagamentos já realizados integralmente.
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A Operação Famés também atingiu dez deputados estaduais, empresários e um radialista. As investigações seguem para identificar outras pessoas envolvidas.
A Polícia Federal apurou que os recursos desviados eram lavados através da construção de empreendimentos de luxo, da compra de gado e do pagamento de despesas pessoais dos envolvidos.
O governador Wanderlei Barbosa considerou a decisão do STJ como “precipitada” e declarou que os pagamentos investigados ocorreram durante a gestão anterior, quando exercia o cargo de vice-governador.
Barbosa afirmou que, em razão da situação, o Ministério Público do Estado (PGE) e a Controladoria do Estado (CGE) já realizaram auditorias. O governador afastado anunciou que irá recorrer da decisão.
Fonte por: Brasil de Fato