Golpe militar na Guiné-Bissau: Presidente Umaro Sissoco Embaló deposto. Exército assume controle após crise política e eleições contestadas.
Um grupo de oficiais do exército anunciou o golpe de estado na Guiné-Bissau nesta quarta-feira (26), um dia antes do anúncio planejado dos resultados de uma eleição presidencial altamente contestada. O porta-voz Diniz N’Tchama informou que o presidente Umaro Sissoco Embaló foi deposto, e que o processo eleitoral foi suspenso, juntamente com o fechamento das fronteiras e a implementação de um toque de recolher.
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Embaló confirmou a deposição em declarações à TV France 24.
Os oficiais militares afirmaram ter formado o “Alto Comando Militar para a Restauração da Ordem” e assumiriam o controle da nação da África Ocidental até novo aviso. O paradeiro de Embaló era desconhecido. A instabilidade na Guiné-Bissau, um pequeno país costeiro entre Senegal e Guiné, conhecido por ser um centro de tráfico de cocaína com destino à Europa, tem sido marcada por tentativas de golpes militares desde sua independência de Portugal em 1974.
Antes do anúncio do golpe, relatos indicam que tiroteios foram ouvidos perto da sede da comissão eleitoral, do palácio presidencial e do ministério do Interior. Testemunhas relataram que o tiroteio durou cerca de uma hora, cessando por volta das 9h no horário de Brasília.
Um motorista em Bissau descreveu cenas de pânico, com pessoas correndo em busca de abrigo.
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O comunicado do exército atribuiu o golpe a um plano de desestabilização orquestrado por “certos políticos nacionais” e “conhecidos barões das drogas nacionais e estrangeiros”, além de uma tentativa de manipular os resultados da eleição.
A tensão na capital, Bissau, aumentou com a preparação para o anúncio dos resultados da eleição, na qual Embaló enfrentou o principal desafiante Fernando Dias.
A Guiné-Bissau tem sido historicamente instável, com nove golpes e tentativas de golpe registrados desde 1974. O presidente Umaro Sissoco Embaló afirmou ter sobrevivido a três tentativas de golpe durante seu tempo no cargo. A preparação para as eleições de domingo foi marcada por alegações de que Embaló havia ultrapassado o limite de seu mandato, e o tráfico de cocaína, que parece estar em expansão, também contribuiu para a instabilidade.
Embaló dissolveu o parlamento em dezembro de 2023, após uma tentativa de golpe, e o país permanece sem um legislativo funcional desde então. A situação na Guiné-Bissau é complexa, envolvendo disputas políticas, questões de segurança e o impacto do tráfico de drogas.
A crise eleitoral e o golpe militar representam um desafio significativo para a estabilidade da nação.
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