Elite militar assume o controle do país após a queda do presidente Andry Rajoelina, que renunciou ao cargo.
Madagascar iniciou uma nova era de governo militar nesta quarta-feira (15), após uma unidade de elite do Exército tomar o poder, seguindo a destituição do presidente Andry Rajoelina, devido ao seu abandono de suas funções. O contingente militar CAPSAT assumiu o controle na terça-feira (14), após a aprovação por maioria no Parlamento do impeachment de Rajoelina, que aparentemente fugiu da nação insular do leste da África.
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O presidente enfrentou mais de duas semanas de protestos de rua, liderados por jovens manifestantes, expressando sua frustração com a elite governante. A capital, Antananarivo, amanheceu com uma relativa incerteza sobre o futuro do país.
O coronel Michael Randrianirina, comandante do CAPSAT e novo presidente de fato, afirmou que a transição durará menos de dois anos e incluirá a reestruturação das principais instituições. O processo será supervisionado por um comitê composto por oficiais do Exército e da Polícia.
Randrianirina, crítico de Rajoelina, prometeu organizar eleições em 18 a 24 meses e buscar um “primeiro-ministro de consenso” para formar um novo governo. O Tribunal Constitucional validou sua autoridade após aceitar a votação de destituição de Rajoelina.
A presidência denunciou uma “tentativa clara de golpe de Estado” e afirmou que Rajoelina, cujo paradeiro é desconhecido e que foi visto pela última vez há uma semana, “continua plenamente no cargo”. A ONU expressou preocupação com qualquer mudança inconstitucional de poder, enquanto a Human Rights Watch enfatizou a necessidade de respeito aos direitos de todos os madagascarienses.
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Os protestos, iniciados em 25 de setembro, foram motivados por cortes de água e energia, mas expandiram-se para incluir denúncias de corrupção, líderes políticos e falta de oportunidades. O movimento jovem que iniciou as mobilizações expressou satisfação com a intervenção de Randrianirina. “Estou realmente aliviada porque Andry Rajoelina não está mais no poder”, declarou à AFP uma empresária, Muriella, em Antsiranana. “Isso também é uma mensagem para seu sucessor: aprenda com isso e não cometa os mesmos erros”.
Rajoelina, reeleito em 2023 em uma votação boicotada pela oposição, chegou ao poder em 2009 após um golpe de Estado apoiado pelo Exército, criticado pela comunidade internacional. Diante das informações de que teria recebido ajuda da França – a ex-potência colonial – para abandonar o país, ele divulgou uma mensagem na qual afirma que está em um “lugar seguro”.
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