Golpe da Tarefa: Fraude cibernética se espalha no Brasil com 128 grupos ativos. Redbelt Security aponta ameaça para 2025, usando Pix e WhatsApp.
Um esquema fraudulento, conhecido como “Golpe da Tarefa” ou “Golpe da Renda Extra“, está se espalhando rapidamente no Brasil, sendo considerado uma das principais ameaças cibernéticas para 2025. Um estudo divulgado pela Redbelt Security, especialista em segurança digital, revelou a existência de 128 grupos ativos envolvidos nessa fraude no país, conforme identificado através de operações de inteligência na deep web.
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Em setembro de 2024, apenas 73 grupos eram monitorados, representando um aumento de 75% em um ano. A operação é uma adaptação do golpe Sha Zhu Pan, originário do sudeste asiático, e utiliza o Pix e aplicativos como WhatsApp e Telegram para atrair vítimas.
Inicialmente, o primeiro pagamento, geralmente entre R$ 5 e R$ 20, serve para gerar confiança. Posteriormente, os criminosos exigem depósitos progressivos, alegando que são necessárias para liberar “novas tarefas” com maiores ganhos. Com o tempo, as exigências aumentam, levando as vítimas a perderem dinheiro.
O golpe se apoia em uma rede de contas falsas (laranjas) criadas no Brasil, o que dificulta o rastreamento dos recursos desviados. A operação evoluiu de um simples golpe de engajamento para uma fraude complexa que combina engenharia social, phishing e a distribuição de aplicativos maliciosos.
Empresas de varejo online, especialmente aquelas com boa reputação, como Shopee, Shein, AliExpress, Magazine Luiza e Mercado Livre, são frequentemente utilizadas como “isca”. Essa prática, chamada de brand spoofing, prejudica a imagem das empresas e sobrecarrega seus canais de atendimento com reclamações de consumidores enganados.
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As empresas não estão envolvidas no golpe, apenas utilizadas para dar uma aparência de confiança.
O uso massivo de contas Pix de pessoas físicas sobrecarrega os sistemas antifraude, forçando bancos e fintechs a aprimorarem seus algoritmos e a intensificarem a colaboração via MED (Mecanismo Especial de Devolução). A complexidade da fraude exige uma resposta coordenada entre instituições financeiras.
Além do impacto financeiro, o golpe apresenta novas variantes que simulam processos de recrutamento profissional, oferecendo vagas de trabalho remoto. A evolução técnica inclui o uso de malwares direcionados a aplicativos bancários brasileiros (banker trojans), capazes de roubar dados sensíveis diretamente dos dispositivos das vítimas.
A vulnerabilidade humana, como a pressa e a confiança em marcas conhecidas, continua sendo um fator chave para o sucesso do golpe.
Combater o Golpe da Tarefa exige uma abordagem que combine segurança digital com educação social, conscientizando a população sobre os riscos e incentivando a desconfiança em ofertas aparentemente vantajosas.
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