Crescimento Aéreo no Brasil Enfrenta Desafios e Concorrência
Em outubro de 2025, os CEOs da GOL e da Latam destacaram um cenário de crescimento acelerado no setor aéreo brasileiro, impulsionado por uma demanda sólida e a retomada da capacidade após um período de estagnação. No entanto, a expansão do setor enfrenta obstáculos significativos, incluindo custos elevados e incertezas regulatórias.
Celso Ferrer, da GOL, apontou os principais desafios, como o acesso limitado a linhas de crédito nos Estados Unidos, que expõe as companhias aéreas a riscos financeiros. A dívida da GOL é majoritariamente em dólares, com altas taxas de juros em reais. Além disso, as companhias aéreas arcam com mais de um bilhão de reais em litígios anuais, equivalentes a US$ 250 a 300 milhões, devido a processos judiciais.
Luiz Ricardo de Souza Nascimento, da Anac, enfatizou que a agência está reformulando sua atuação regulatória, adotando um modelo menos prescritivo, focado em dados e desempenho. Ele também ressaltou a importância da infraestrutura aeroportuária, mencionando o programa AmpliAr como um esforço para atrair investimentos e acomodar o crescimento do setor.
Concorrência e Tarifas
Os executivos defenderam que o Brasil possui um dos mercados mais competitivos da aviação mundial, com apenas três empresas operando voos domésticos, cobrindo 90% da demanda total. A discussão sobre tarifas segmentadas também foi abordada, com a Latam defendendo que a modalidade é positiva para o consumidor, oferecendo opções de tarifas mais acessíveis.
Inseguranças e Custos
A instabilidade regulatória, exemplificada por um projeto de lei que pode proibir a cobrança por bagagens de mão, foi um ponto central da discussão. Apesar das dificuldades, os CEOs mantiveram a confiança no potencial de crescimento do setor aéreo brasileiro.