Vítima enfrenta o único réu que recorreu da condenação em caso de agressão na França. Leia a íntegra no Poder360.
Gisèle Pelicot, de 72 anos, retornou ao tribunal de apelação em Nîmes, França, na segunda-feira, 6 de outubro de 2025, acompanhada do filho mais novo, Florian. Ela enfrenta novamente o construtor Husamettin Dogan, de 44 anos, o único entre os 51 condenados que manteve o recurso contra a sentença por estupro coletivo.
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Dogan, condenado a 9 anos de prisão, compareceu à audiência com óculos escuros e máscara, confirmando apenas seu nome, data de nascimento e informando a ausência de profissão, conforme reportado pelo Guardian.
O tribunal considerou Dogan culpado pelo estupro de Pelicot, ocorrido em junho de 2019, após ser convidado por Dominique Pelicot, ex-marido da vítima. O processo revelou que Dominique Pelicot drogava Gisèle com uma mistura de soníferos e ansiolíticos, administrados através da comida e da bebida, permitindo que homens a violentassem na residência do casal, localizada em Mazan, no sudeste da França.
Inicialmente, 17 dos 51 condenados recorreram da sentença, mas 16 desistiram do recurso. Apenas Dogan manteve o pedido de apelação. O novo júri é composto por 9 integrantes: 5 homens e 4 mulheres, indicando a complexidade e a importância do caso.
Dominique Pelicot, considerado um dos criminosos sexuais mais graves da França moderna, cumpre atualmente 20 anos de prisão em regime fechado e deve testemunhar novamente. Durante o primeiro julgamento, ele admitiu: “Sou um estuprador, e todos os homens acusados nesta sala são estupradores”.
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Durante o processo de 2024, Dogan alegou acreditar que participava de um “jogo”. Segundo ele: “Não sou um estuprador. Isso é pesado demais para eu suportar”, disse na época. Seu advogado não se manifestou sobre o novo julgamento.
O advogado de Gisèle Pelicot, Antoine Camus, declarou que ela preferiu comparecer para evitar o sofrimento de reviver o caso, afirmando que “estupro é estupro, que não existe estupro leve”.
Gisèle Pelicot se tornou um símbolo da luta feminista após o julgamento de seus agressores. Em julho, recebeu a Ordem Nacional da Legião de Honra, a mais alta condecoração da França. Em abril, a revista norte-americana Time já havia reconhecido sua importância ao incluí-la entre as 100 personalidades mais influentes do ano.
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