Novo levantamento do Gerp aponta polarização e rearranjos na direita. Michelle Bolsonaro e Tarcísio de Freitas empatam em simulações, indicando disputa acirrada. Bolsonaro mantém alta lembrança, mas campo conservador à frente
Um novo levantamento do Instituto Gerp lança luz sobre o cenário político brasileiro, destacando a persistente polarização e os movimentos internos dentro da direita. A pesquisa, conduzida entre 1º e 5 de novembro de 2025, demonstra um cenário de disputa acirrada entre o campo progressista e as diversas vertentes do conservadorismo.
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Michelle Bolsonaro (PL) e Tarcísio de Freitas (SP) aparecem em situação de empate técnico em simulações de segundo turno, indicando uma dinâmica complexa e em constante transformação.
Os resultados da pesquisa, com margem de erro de 2,24 pontos percentuais e nível de confiança de 95,55%, confirmam a tendência de polarização que tem marcado o cenário político nacional desde 2018. A pesquisa revela que, apesar da estabilidade das preferências, há um rearranjo significativo dentro da direita, com o surgimento de novos nomes e a redefinição de alianças.
A metodologia utilizada foi o sistema CATI, com 2.000 entrevistas telefônicas.
Um dos pontos mais notáveis é a força de Michelle Bolsonaro, que alcança 30% das intenções de voto no primeiro turno e empata tecnicamente com Lula no segundo turno, com 47% a 44%. Tarcísio de Freitas registra 21% contra Lula (33%) no primeiro turno e também empata no segundo, com 44% a 43%.
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Jair Bolsonaro, mesmo fora do poder e sob restrições judiciais, mantém o maior índice de lembrança e preferência, reforçando sua posição como epicentro simbólico da direita. A pesquisa demonstra que, apesar da dinâmica de disputa, o campo conservador permanece numericamente à frente, enquanto o petismo mantém base sólida, especialmente no Nordeste e entre eleitores de baixa renda.
A pesquisa detalha os perfis dos eleitores, evidenciando a importância de Tarcísio como representante da gestão técnica e eficiência administrativa, com maior apelo junto à classe média e eleitores urbanos, enquanto Michelle representa o elo emocional e religioso do bolsonarismo, com forte apoio entre mulheres e evangélicos.
Gabriel Pazos, presidente do Instituto Gerp, destaca que “Bolsonaro continua sendo o epicentro simbólico da política brasileira, mas o campo da direita já reconhece alternativas consistentes”.
Entre os apoiadores de Bolsonaro, 30% defendem que ele indique Michelle como candidata, 24% preferem Tarcísio, 7% citam Eduardo Bolsonaro e 4% Flávio Bolsonaro. A preferência dos eleitores bolsonaristas demonstra uma fragmentação interna, com diferentes figuras buscando ocupar o espaço deixado pelo ex-presidente.
A pesquisa também revela que, apesar da competitividade nacional, a maioria dos eleitores (52%) prefere que Tarcísio permaneça à frente do governo de São Paulo, enquanto 20% gostaria que disputasse a Presidência.
A pesquisa também registra uma melhora na avaliação do governo federal, com a aprovação de Lula subindo de 38% para 42%, enquanto a desaprovação cai de 53% para 49%. Esse avanço é mais forte entre mulheres, eleitores de baixa renda e nordestinos, principais bases do petismo.
A pesquisa indica que o antipetismo perdeu intensidade, enquanto o antibolsonarismo se estabilizou, com um cenário de disputa entre blocos bem definidos, que abre espaço para mais pragmatismo.
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