Furacão Melissa: Ameaça Devastadora à Cuba e Jamaica

O furacão Melissa, previsto para atingir a Cuba em 29 de setembro, representa uma ameaça severa. Com ventos de até 280 km/h, o fenômeno alcançou a categoria 5 na escala Saffir-Simpson, conforme informado pelo Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos.

A expectativa é que o Melissa chegue à costa da Jamaica ao longo desta terça-feira, 28, com a possibilidade de marés de tempestade, enchentes súbitas e ventos de força catastrófica impactando diversas regiões da ilha. As autoridades alertam para a gravidade da situação, enfatizando a necessidade de medidas de segurança.

Histórico de Furacões Devastadores

A formação de furacões de categoria 5 é um evento raro, mas a história registra exemplos de fenômenos que causaram destruição em larga escala. Ao longo dos anos, diversos furacões alcançaram essa classificação, deixando rastros de devastação em regiões do Caribe e além.

A intensidade dos ventos nem sempre se traduz em um alto número de vítimas, pois outros fatores, como a densidade populacional e a infraestrutura, também influenciam o impacto.

Exemplos Históricos de Furacões

O Grande Furacão de 1780 é considerado o furacão atlântico mais mortal já registrado. O fenômeno devastou o Caribe em outubro daquele ano, atingindo especialmente Barbados, Martinica e Santa Lúcia. Estimativas históricas indicam que os ventos ultrapassaram 322 km/h, resultando em entre 20 mil e 27,5 mil mortes, incluindo milhares em navios que afundaram durante a tempestade.

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A escala de destruição alterou o curso de batalhas navais que ocorriam na região durante a Guerra de Independência Americana.

O Ciclone Bhola (1970), que atingiu Bangladesh (então Paquistão Oriental) e a Índia em novembro de 1970, é o ciclone tropical mais mortal da história. Estima-se que cerca de 500 mil pessoas tenham morrido. A tempestade gerou uma onda de 10,5 metros que inundou áreas costeiras densamente povoadas.

Além disso, a falta de sistemas eficientes de alerta dificultou a evacuação das comunidades mais vulneráveis. O desastre teve consequências políticas profundas, contribuindo para tensões que culminaram na Guerra de Independência de Bangladesh no ano seguinte.

Ainda hoje, as baixas causadas pelo Bhola não foram superadas por nenhum outro fenômeno natural.

O furacão Katrina (2005) é o mais caro da história, com danos estimados em US$ 201,3 bilhões (cerca de R$ 1,1 trilhão em valores atualizados). O fenômeno atingiu a costa do Golfo dos Estados Unidos em agosto de 2005, com a cidade de Nova Orleans sofrendo as maiores consequências.

Foto aérea de Louisiana alagada pela passagem do furacão Katrina em 2005 (REUTERS).

Furacão Patricia (2015) detém o recorde de maior velocidade de vento já registrada no Hemisfério Ocidental. Os ventos sustentados chegaram a 356 km/h quando o fenômeno se formou no Pacífico, próximo ao México, em outubro de 2015. Contudo, o Patricia enfraqueceu rapidamente ao tocar as montanhas mexicanas.

Por essa razão, o número de vítimas foi surpreendentemente baixo, com apenas seis mortes confirmadas. O caso é um exemplo de que a intensidade dos ventos nem sempre determina o impacto humanitário. A topografia e a densidade populacional das áreas atingidas são fatores igualmente cruciais na definição dos danos.

Eventos Recentes e Tendências

Em 2024, dois furacões especialmente devastadores atingiram os Estados Unidos. O alcançou a categoria 4, com ventos de 220 km/h, e deixou mais de 223 mortos, especialmente nas Carolinas, devido a inundações rápidas. Flórida ainda está se recuperando dos danos causados durante a passagem do furacão Helene (AFP/Divulgação).

Já o furacão Milton atingiu a categoria 5, com ventos de 250 km/h, e causou evacuação em massa na Flórida. Os danos em seguros chegaram a cerca de US$ 100 bilhões, tornando-o um dos mais caros já registrados. Em 2025, foi o que chamou atenção pelo fenômeno de intensificação rápida.

O sistema saltou de categoria 1 para categoria 5 em pouco mais de 24 horas, se tornando o primeiro furacão do ano. De acordo com especialistas, a intensificação rápida de furacões está se tornando cada vez mais frequente. A causa estaria relacionada com o aquecimento dos oceanos, provocado pelas mudanças climáticas, que cria condições ideais para que as tempestades ganhem força em poucas horas.