O fotógrafo Itamar Aguiar expõe a emoção na 30ª Marcha do Silêncio, realizada em Montevidéu.
Anualmente, no dia 20 de maio, as famílias e amigos das 19 pessoas desaparecidas politicamente no Uruguai se reúnem em Montevidéu, na Marcha do Silêncio, para homenageá-las. Eles também reivindicam informações e justiça em relação aos desaparecimentos causados pelo terrorismo de Estado, ocorrido entre 1973 e 1985.
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O silêncio é quebrado quando o nome de cada vítima é anunciado pelo microfone, seguido do grito “Presente!”.
As imagens da marcha foram registradas pelo fotógrafo gaúcho Itamar Aguiar. A exposição “Silêncio”, organizada pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH), poderá ser vista no foyer do Multipalco do Theatro São Pedro, entre os dias 19 e 31 de agosto.
O presidente do movimento, Jair Kriscke, explica que a primeira Marcha do Silêncio ocorreu em 1996, como uma ação das mães e familiares dos desaparecidos. A data foi selecionada em referência a Zelmar Michelini, Héctor Gutiérrez Ruiz, William Whitelaw e Rosario Barredo.
Ele afirmou que esses jovens ativistas foram mortos em 20 de maio de 1976, em Buenos Aires, Argentina, como resultado de uma ação da Operação Condor. “A operação foi uma estratégia utilizada pelas ditaduras sul-americanas, no período de 1970 e 1980, e que recebeu apoio financeiro dos Estados Unidos, com o propósito de extinguir os movimentos que defendiam a redemocratização.”
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A “lei da caducidade”, que impede a responsabilização de militares durante a ditadura, permanece em vigor e dificulta as investigações sobre o destino dos desaparecidos políticos. Contudo, a cada manifestação, o número de participantes aumenta e a pressão por respostas se intensifica.
Neste ano, os maiores clubes de futebol do Uruguai, Nacional e Peñarol, realizaram manifestações com suas torcidas e jogadores em apoio às famílias dos desaparecidos. Sem o consentimento da direção dos clubes, as torcidas têm protagonizado um relevante movimento de politização nas arquibancadas.
O fotógrafo Itamar Aguiar, 60 anos, originário de Porto Alegre, possui graduação em Jornalismo e pós-graduação em Poéticas Visuais, Gravura em Metal e Fotografia Analógica e Digital, sendo proprietário da Agência Freelancer. Aguiar recebeu homenagem da Associação Riograndense de Imprensa (ARI) em 2023, que estabeleceu uma galeria de fotografias com seu nome.
Na adolescência, Aguiar cultivou o interesse pela fotografia e adquiriu seu primeiro equipamento, uma câmera Praktica MTL 3. Posteriormente, durante seus estudos em Jornalismo na Unisinos, obteve uma oportunidade no Grupo Sinos. No seu primeiro dia de trabalho, recebeu três pautas e duas de suas fotografias ilustraram a capa de uma edição.
Serviço
Exposição Silêncio
Início: 19/08/25 às 19h
Foyer do Multipalco do Theatro São Pedro, acesso gratuito.
Praça Marechal Floriano, s/n, Centro Histórico, Porto Alegre/RS
Visitação: de terça-feira a domingo, das 12h até 31 de agosto.
Fonte por: Brasil de Fato
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