“Foi o próprio líder, Jair Messias Bolsonaro, quem executou tudo”, afirma Moraes
Moraes ressaltou que os acontecimentos que levaram à invasão e destruição das sedes dos Três Poderes faziam parte de um plano coordenado a partir de 2021.

Na sessão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de quinta-feira (11), o ministro Alexandre de Moraes reiterou que os ataques de 8 de janeiro de 2023 não foram ações isoladas, mas sim o produto de uma “organização criminosa” coordenada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. “Não foi Mauro Cid quem comandou, não foi Braga Netto presidente, não foi Ramagem quem liderou. Quem sempre esteve à frente, instigando e incitando, foi Jair Messias Bolsonaro, líder dessa organização criminosa”, afirmou.
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Ao refutar a alegação de que os atos representariam manifestações de liberdade de expressão, Moraes destacou que as ameaças aos ministros constituem crimes contra o Estado Democrático de Direito. “Não se trata de um ataque a Alexandre de Moraes, mas a um dos poderes da República. É um crime contra o Estado democrático de Direito”, afirmou.
Moraes ressaltou que os acontecimentos que levaram à invasão e destruição das sedes dos Três Poderes faziam parte de um plano coordenado desde 2021. “Não se tratou de um evento isolado, não foi uma simples manifestação. Foi uma tentativa de golpe de Estado”, declarou.
O ministro destacou que não se referia a oportunistas desorganizados, mas a um grupo organizado que empregou entidades governamentais como GSI, Abin, Ministério da Justiça, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal para concretizar o plano golpista. Ele afirmou que as instituições não podem ser responsabilizadas de forma coletiva, porém houve indivíduos que se afastaram de suas funções para atender aos interesses do esquema.
Moraes também destacou que o foco principal da trama era silenciar o Poder Judiciário e manter Bolsonaro no poder, independentemente das eleições. “Essa organização criminosa desejava impedir o funcionamento dos freios e contrapesos, notadamente o Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Superior Eleitoral, para assegurar sua permanência no poder. Se para isso fosse necessário assassinar um ministro, envenenar um presidente da República ou cometer peculato, o fariam. Desta é a questão que estamos analisando”, afirmou.
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Fonte por: Jovem Pan