A sessão julgamento será retomada na quarta-feira (10) com a manifestação de Luiz Fux; após ele, a ministra Cármen Lúcia e o presidente da Primeira Turm…
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino votou pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e demais réus, mas considerou que a culpa possui pesos distintos para cada acusado. Ele iniciou o voto nesta terça-feira (9) com o aviso de que não havia “nenhum tipo de recado” nos argumentos apresentados por ele e pelos demais membros da Primeira Turma. Contudo, na sequência, o magistrado resgatou a jurisprudência da Corte sobre o tema da anistia, que, na prática, demonstrou a disposição dos ministros em votações recentes de derrubar eventual perdão articulado pelo Congresso aos condenados por envolvimento em atos golpistas.
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Dino mencionou os votos dos ministros Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Carmen Lúcia e Luiz Fux em votações recentes que versaram sobre a concessão de perdão a crimes contra o Estado democrático de direito, como o indulto outorgado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao ex-deputado federal Daniel Silveira. Todos se manifestaram contra a anistia de ações que visam a atacar a ordem democrática.
O ministro solicitou ler o voto de Fux na ocasião: “Crime contra o estado democrático de direito é um crime político e impenhorável de anistia, porquanto o estado democrático de direito é uma cláusula pétrea, que nem mesmo o Congresso pode suprimir”. Fux, que se encontra ao lado de Dino, é visto por bolsonaristas como a única esperança de haver divergência ou proposta de redução de penas na Primeira Turma.
O ministro avaliou que o ex-presidente Jair Bolsonaro e o general Walter Braga Netto desempenharam um papel de maior relevância nos atos que levaram à tentativa de golpe de Estado. Para Dino, a responsabilidade de ambos é considerada alta. Outros nomes que, na visão do magistrado, também tiveram “culpabilidade alta” são o almirante Almir Garnier, Anderson Torres e Mauro Cid.
Dino indicou que propôs sanções mais leves para três dos acusados, considerando que sua participação foi de menor relevância. Trata-se de:
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O ministro argumentou que as sanções não podem ser idênticas para todos, considerando que as funções dentro da organização criminosa apresentavam distinções.
Dino afirmou que Alexandre Ramagem deixou o governo em março de 2022 para se candidatar a deputado, o que, na visão do ministro, diminuiu sua influência sobre os eventos relacionados ao golpe.
O ministro declarou não ter identificado “atos formalizados” no segundo semestre de 2022. Já o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, teria procurado convencer o então presidente para abandonar a implementação de medidas extraordinárias.
Com os votos do relator Alexandre de Moraes e do ministro Flávio Dino a favor da condenação de Bolsonaro e aliados, o placar está 2 a 0. Dessa forma, é necessário somente mais um voto (ou da ministra Carmem Lúcia, ou do presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin) a favor da condenação para formar maioria e o ex-presidente e os demais réus serem condenados. Em relação às penas, haverá ainda um debate entre os ministros para a determinação de cada uma.
Com informações do Estadão Conteúdo.
Nícolas Robert publicou.
Fonte por: Jovem Pan
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