Na terça-feira, 21 de outubro de 2025, a Justiça do Rio de Janeiro absolveu sete réus acusados pelo incêndio culposo que ocorreu em 2019 no Ninho do Urubu, o Centro de Treinamento George Helal do Flamengo, localizado na zona oeste da cidade.
Consequências do Incêndio de 2019
O incidente resultou na morte de 10 adolescentes, que eram atletas do clube, além de causar lesões corporais em mais três indivíduos. O evento é considerado a maior tragédia na história do Flamengo.
Decisão Judicial
O juiz Tiago Fernandes de Barros, da 36ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, determinou a absolvição. A decisão se baseou na falta de provas que comprovassem a responsabilidade direta dos acusados pelo ocorrido. O magistrado também ressaltou que a responsabilização criminal não pode ser baseada apenas no cargo exercido.
Pedido do Ministério Público
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) havia solicitado a condenação após uma longa instrução criminal, que envolveu o depoimento de 40 testemunhas desde 2021. O MP-RJ argumentou que o episódio poderia ter sido evitado.
Réus Absolvidos
Os indivíduos que foram considerados inocentes são: Antônio Márcio Mongelli Garotti, diretor de Meios do Flamengo; Marcelo Maio de Sá, ex-diretor adjunto de patrimônio; Claudia Pereira Rodrigues, representante da empresa NHJ, responsável pelos contêineres utilizados como alojamento; Danilo Duarte, engenheiro; Weslley Gimenes, engenheiro; Fábio Hilário da Silva, engenheiro; e Edson Colman da Silva, técnico de manutenção dos aparelhos de ar-condicionado.
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Contexto do Incidente
O incêndio ocorreu na noite de 7 de fevereiro de 2019, no alojamento das categorias de base, que estava instalado em contêineres no próprio centro de treinamento. Na época, 26 atletas estavam dormindo no local. Dez morreram, três ficaram feridos e 13 conseguiram escapar.
Homenagens e Memória
Desde o incidente, a torcida do Flamengo presta homenagem aos 10 jovens atletas, cantando uma música específica no décimo minuto de cada partida. Em 2022, três anos após a tragédia, o clube inaugurou uma capela no CT em memória das vítimas. Anualmente, em 8 de fevereiro, data do incêndio, uma missa é realizada no Ninho do Urubu, com a presença de alguns pais das vítimas.