Festival celebra os Povos Originários em Porto Alegre nesta data

O evento no Parque Chico Mendes contou com a participação de dez etnias, promovendo debates e apresentações musicais. O show de encerramento teve como d…

11/08/2025 16:03

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Festival celebra os Povos Originários em Porto Alegre nesta data
(Imagem de reprodução da internet).

Com o som dos maracás, das canções tradicionais e do hip hop, a vivência das lideranças e a alegria das crianças, o Parque Chico Mendes, na zona leste de Porto Alegre, tornou-se um território de encontro e resistência neste sábado (9). A primeira edição do Festival Povos Originários celebrou o Dia Internacional dos Povos Indígenas e reuniu representantes de 10 etnias em uma programação gratuita que uniu arte, espiritualidade, conhecimentos ancestrais e a luta por direitos, do amanhecer ao anoitecer.

O público apreciou apresentações musicais, rituais, painéis de debate, feira de artesanato e exposições fotográficas do indígena Vherá Xunu e do fotógrafo do Brasil de Fato Jorge Leão. A programação matinal focou em discussões sobre educação indígena e resistência em relação ao marco temporal.

Um dos debatedores foi o cacique Eloir Oliveira, ou Verá Xondaro, da Tekoa Nhe‘engatu, retomada Guarani Mbyá em Viamã£o (RS). Ele destacou a situação enfrentada pelas famílias da retomada, que correm o risco de perder grande parte do território em razão de um projeto de lei do governo estadual que visa doar as terras que já estão em processo de regularização.

Entre os destaques da programação artística, apresentou-se o rapper guarani Owerá, reconhecido por combinar hip hop com maracás e letras em português e Guarani Mbyá. Ele concluiu o festival ao entardecer, com uma apresentação que homenageou a resistência e a identidade indígena.

Ao Brasil de Fato, Owerá relatou que iniciou a produção de poesias em 2013, influenciado pelo pai, também escritor, e que suas canções abordam a vida e a luta dos povos indígenas. “Minhas músicas falam dos rios, da luta do povo indígena, da relevância do meio ambiente. A arte é uma ferramenta, a música que eu faço, é muito importante para conscientizar a sociedade que não conhece o povo indígena. A música tem o poder de curar e levar essa mensagem essencial.”

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A curadora do festival, Mari Vieira, presidente do Instituto de Difusão da Cena Cultural (IDCC), destacou que o evento foi concebido para ser realizado por e para os povos indígenas. Descendente de indígenas, ela afirmou que o projeto, financiado pela Lei Paulo Gustavo, representou uma oportunidade de promover dignidade, visibilidade e transformação social.

O evento contou com a presença de representantes das etnias Aimarã, Charrua, Polidoro, Guarani Mbya, Kaingang, Makuxi, Mapuche, Ona, Quichua, Tehuelche e Tikuna.

Fonte por: Brasil de Fato

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