Festa Literária das Periferias inaugura no Recife com Jessé Souza, Carla Akotirene e Itamar Vieira Jr. em programação gratuita

Programações ocorrem no Compaz do Alto Santa Terezinha, na zona norte, das 15h às 21h30, até o domingo.

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(Imagem de reprodução da internet).

A Festa Literária das Periferias (Flup) iniciará nesta quarta-feira (10) e se estenderá até o domingo (14), em sua 15ª edição, com estreia no Recife. O local escolhido para receber o evento é o Centro Comunitário da Paz (Compaz) do Alto Santa Terezinha, na zona norte da capital pernambucana.

A programação, em homenagem ao poeta e teatrólogo recifense Solano Trindade, é totalmente gratuita e inclui tradução em língua brasileira de sinais (Libras). O evento reuniu escritores, artistas, intelectuais, líderes religiosos e pensadores de todo o país, incluindo Carla Akotirene, Itamar Vieira Jr., Jessé Souza, Sônia Guimarães, Robeyoncé Lima, Ellen Oléria, Jeff Alan, Cannibal, Mães de Oxum, Isaar França e diversas outras figuras da intelectualidade brasileira, entre quinta-feira (10) e o domingo (14), debatendo literatura, arte, política, a juventude, os feminismos, o presente e o futuro do Brasil a partir da perspectiva de quem se encontrou nas margens.

A programação de hoje iniciará às 15 horas, com uma mesa especial em homenagem a Solano Trindade e à sua companheira de vida, Margarida Trindade, que estará presente, compartilhando recordações suas e do escritor. O casal Liberto Trindade e Nilu Strang, filho e nora de Solano e Margarida, integrarão a mesa. Solano, poeta, militante e agitador cultural recifense, foi declarado em 2020, pela Assembleia Legislativa (Alepe), como patrono da luta antirracista em Pernambuco.

A cerimônia de abertura ocorrerá às 18h30 e, às 19 horas, o sociólogo e professor Jessé Souza e a escritora e jornalista Bianca Santana integram a mesa de debates. Posteriormente, às 20h30, Jessé lançará seu livro mais recente, “O pobre de direita: a vingança dos bastardos” (2024), além da nova edição de “A Elite do Atraso” (2019).

Diariamente, a programação inicia às 15 horas e continua até as 21h30. O encontro com a pesquisadora e pensadora do feminismo negro Carla Akotirene ocorrerá na quinta-feira (11), às 20 horas, com o tema “Conhecimento é alimento cultural”, acompanhado do cantor e compositor recifense Cannibal.

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Na sexta-feira (12), às 20h, o escritor Itamar Vieira Jr., premiado com os Jabuti e Oceanos por sua obra “Torto Arado”, integra a mesa de discussão “A quem a arte incomoda e a quem deve servir?”, ao lado do artista Vítor da Trindade, filho de Solano.

No sábado à noite, ocorreu o show monumental e audível. Se eu fosse Malcolm, de Eron Villar e DJ Vibra, e o evento foi finalizado às 19 horas do domingo, com uma apresentação de Lucas dos Prazeres e Ellen Oléria. Ainda havia uma feira gastronômica permanente instalada no Compaz.

A coordenadora geral da Flup Pernambuco, Taciana Portella, recorda do momento em que conheceu a Flup no Rio de Janeiro. “Percebi que essa experiência precisava chegar a Pernambuco, terra de tradição literária e cultural efervescente”. O responsável pela criação do evento, ao lado de Écio Sales e Júlio Ludemir, destaca que “após 13 anos, a feira se encontra com suas raízes, porque o festival sempre apostou na diversidade e Pernambuco é o estado mais diverso do país”. A curadoria do evento é de responsabilidade da escritora e jornalista Jaqueline Fraga.

O tema da Flup Pernambuco 2025 é “Saberes conectados: negritude em todos os espaços”, promovendo o diálogo dos principais temas em debate no Brasil com o território periférico de Recife, abrangendo escolas, bibliotecas públicas, espaços comunitários e culturais daquela região, e reafirmando o compromisso da Feira Literária das Periferias com a democratização do conhecimento e com o incentivo à leitura e à escrita.

A Flup Pernambuco é promovida pelo Instituto Delta Zero e pelo Ministério da Cultura do Governo Federal, em parceria com a Flup Rio, com o Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Pernambuco (Sintepe) e Araçá Produções Culturais. O evento conta com patrocínio do Banco do Nordeste (BNB) e apoios da Prefeitura do Recife e dos coletivos Redes do Beberibe, Minas Comunicação e Cultura, Negras Linhas, Negra Sou e da Cooperativa Ecovida Palha de Arroz.

Fonte por: Brasil de Fato

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