Ferrogrão e a crise na Amazônia: Indígenas e o futuro da ferrovia em debate na COP30

Ferrogrão e conflitos na Amazônia: COP30 debate expansão logística e impactos em comunidades indígenas. Projeto enfrenta críticas e processos judiciais.

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(Imagem de reprodução da internet).

Ferrogrão e os Desafios da Expansão Logística na Amazônia

A COP30, realizada em Belém, palco de discussões globais sobre o clima, também se tornou um ponto de foco para comunidades indígenas que expressam preocupações sobre projetos de infraestrutura em curso na Amazônia. Um dos principais temas é a Ferrogrão, uma ferrovia de 933 quilômetros que visa conectar Sinop, no Mato Grosso, ao porto de Miritituba, no Pará, com o objetivo de otimizar o transporte de grãos e leguminosas.

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Argumentos a Favor e Contra a Ferrogrão

Defensores do projeto, como Elisangela Pereira Lopes, assessora técnica da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), argumentam que a Ferrogrão é “essencial para garantir a competitividade do agro brasileiro”. A expectativa é que a ferrovia reduza os custos logísticos das exportações de grãos em até 40%, além de diminuir o tráfego rodoviário e as emissões de carbono.

A região de Mato Grosso, responsável por aproximadamente 32% da produção nacional de grãos, necessita de uma rota logística mais eficiente para acompanhar o crescimento do setor.

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No entanto, críticos, como Mariel Nakane do Instituto Socioambiental (ISA), alertam para os impactos negativos do projeto sobre terras indígenas e o meio ambiente. A construção da ferrovia ameaça terras indígenas, impulsiona o desmatamento e o avanço sobre terras, além de alterar o rio Tapajós, onde ribeirinhos estão sendo expulsos de suas áreas de pesca.

Controvérsias e Processos Judiciais

A situação da Ferrogrão envolve diversas controvérsias e processos judiciais. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou que o processo de licenciamento está em fase inicial, mas foi suspenso em 2021 pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, relator do caso.

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A retomada do processo em 2023 gerou debates sobre a constitucionalidade dos planos de alterar o Parque Nacional do Jamanxim.

Reivindicações Indígenas e a Busca por Atenção

As comunidades indígenas, como a liderança Alessandra Korap do povo munduruku, buscam atrair atenção para suas reivindicações, defendendo a proibição da Ferrogrão e a proteção de seus territórios. A preocupação central é a preservação de seus rios, que consideram “a mãe dos peixes”.

A COP30 se tornou um espaço para expressar essas demandas e pressionar por políticas de proteção ambiental.

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